Autodidata, bióloga troca o laboratório pelo mundo da programação

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4 min readMay 28, 2021
Uma foto da Erika, com ela posisionada em frente à parede e sorrindo para a foto. A parede é bem colodifa e aparentam ter “asas de anjo” atrás da Erika.

Erika Carvalho, desenvolvedora back-end da Stone, conta como foi mudar de profissão em busca de um trabalho com liberdade de criação

Quem disse que a primeira graduação determina toda a história da sua carreira? Democrática, a área de tecnologia abre as portas para profissionais autodidatas ou que tenham feito outros caminhos para chegar à arte de codar.

Histórias assim são muito mais comuns do que aquela de jovens que saem da faculdade direto para uma empresa unicórnio de tech. No caso da Erika Carvalho, desenvolvedora back-end da Stone, a programação surgiu como uma nova possibilidade profissional após uma carreira estável em uma grande empresa.

Formada em ciências biológicas pela Universidade Federal do Paraná, Erika confessa que, ao prestar vestibular, pensou em optar pelo curso de ciência da computação. Por achar que a carreira como programadora estava “muito longe” de sua realidade, abraçou a biologia e foi em frente.

Ao longo do tempo, Erika percebeu que a carreira acadêmica não estava dentro das suas expectativas, por isso, optou por trilhar outro caminho: prestou concurso e passou 5 anos e meio trabalhando com logística de biodiesel.

“[…] Porém, esse tempo me fez perceber que na verdade eu também não queria trabalhar todo dia num escritório, com hora pra entrar e sair. Queria a possibilidade de trabalhar em casa e com flexibilidade de horário[…] ”

O desafio de começar de novo

Quem trocaria um trabalho bem remunerado e estável pela possibilidade de se jogar em outra carreira? Foi exatamente isso o que Erika fez. Interessada em programação, apostou todas as suas fichas nessa virada de chave e deu adeus ao cargo concursado em 2017.

[…] Foi difícil, mas na verdade também foi um grande privilégio. Depois de uma certa idade eu já conseguia parar e repensar minha vida profissional e como conseguir desenhá-la do modo que eu queria […] ”

A aspirante a desenvolvedora decidiu por um ano sabático, no qual focaria no aprendizado dos programas e ferramentas para atuar na sua área dos sonhos: design e desenvolvimento. Mas nada de voltar para a universidade, Erika optou pelo “do it yourself”.

Ao descobrir que muitas pessoas da área de programação não tinham diploma universitário e que não sofriam rejeição por conta disso, Erika passou 2018 estudando para ser uma desenvolvedora, sem se preocupar com uma nova graduação. Junto com seu companheiro, que por ironia do destino também é desenvolvedor, construiu uma trilha de conhecimento abarcando livros, vídeos e cursos sobre tudo o que deveria aprender para se tornar uma desenvolvedora. E deu certo.

“[…] Desde que tomei essa decisão de migrar para a programação, decidi que não faria faculdade. Eu não queria passar quatro anos aprendendo para só depois começar a executar […] ”.

Go, girl!

No fim do sabático 2018, Erika fez um curso de Go, uma das linguagens utilizadas na Stone, e foi atrás de mais conhecimento sobre redes e algoritmos. E foi a partir deste momento que começou a entender como tudo aquilo que tinha aprendido fazia sentido.

“[…] Umas das coisas interessantes é começar a entender o que você está fazendo e como todo esse aprendizado base me ajudava a começar a desenvolver aplicações e coisas mais práticas, não ficando só na parte teórica […] ”.

Com a aptidão em Go, Erika percebeu que a simplicidade da programação fazia muita diferença para testar seus skills. Não precisar instalar nada para poder começar a programar é uma vantagem de Go. No site https://play.golang.org/ é possível escrever e rodar código, o que ajuda muito no aprendizado.

Tech é lugar para mulher, sim!

Antes de vir para o lado verde da força, sentiu na pele a dificuldade encontrada por mulheres na área de tecnologia. Em alguns processos seletivos, sentia que a profundidade do seu conhecimento era questionada além do normal.

“[…]Desconfiança sobre minha capacidade em uma entrevista quase me fez desistir da programação[…]”.

Mas a persistência falou mais alto e Erika passou no processo seletivo da Stone. A confiança voltou quando ela ouviu elogios sobre a resolução do seu desafio. As dúvidas e incertezas deram lugar para a competência e há pouco mais de um ano ela faz parte do time de tech da Stone!

Que lições ela tirou da diferença entre os processos seletivos? Se cobrar menos e entender suas próprias limitações.

“Cabe a gente entender que não dá pra saber ou ser especialista em tudo, mas que vale a pena sempre se manter atualizada sobre as novidades […] Temos essa mania de nos compararmos com outras pessoas e, quando estamos começando, isso pode atrapalhar. Por isso sugiro que as pessoas que estão começando na área evitem esse tipo de comparação e tente aprender com quem está do seu lado”

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