Eu sou estranho.
Tem hora que eu adoro falar, expor minha opinião, fazer a diferença. Mas, no dia a dia, eu sou muito mais de ouvir do que de falar. Em alguns momentos, isso é essencial, já que me ajuda a ler cenários e pessoas e tomar decisões de comportamento e opiniões de um jeito rápido e objetivo.
Às vezes funciona, às vezes não. Queria ser fodão e falar que sempre dá certo, mas vamos ser sinceros, né?
A Caroll, minha noiva, vive reclamando que eu falo pouco, e que eu deveria ser menos ~misterioso~ e mais comunicativo.
It's all about listening.
É bizarro, mas ouvir e interpretar as pessoas me ajudou em todos os momentos da vida. Seja na hora de levar um esporro da minha mãe por alguma burrada ou na hora de assumir determinada posição e conseguir fechar uma venda, ouvir foi crucial.
Não ser ouvido é foda.
Desculpa o termo, mas eu sou assim. E, realmente, não ser ouvido é foda. Já passou por isso? Você concorda comigo que eu sei.
Você fala, se posiciona, deixa claro seu ponto de vista, e é solenemente ignorado. Tipo, foda-se. Não interessa a tua opinião. Ou então a sua ideia foi considerada ruim e ponto. Sem teste, sem discussão, sem entendimento, só ruim.
E ser ouvido? É foda também!
Putz, levaram a tua ideia, argumento ou posição em consideração. Mudaram a cara de um projeto, a decisão foi outra e você foi parte disso. Dá até vontade de se engajar mais, não dá?
Ser ouvido traz aquela sensação de participação, de engajamento e de retorno. Enfim, é foda!
Não te parece uma piada?
Se você chegou até aqui e concorda comigo em tudo o que eu falei, me tira uma dúvida: porque diabos a maioria das empresas no Brasil não percebeu isso até hoje?
Já tentou conversar com alguma marca? Qual foi o retorno? Estamos tão mal acostumados que quando uma marca trata a gente bem a gente até se assusta.
Compare o esforço para cancelar uma conta da Net ou da Vivo com o esforço necessário para cancelar sua assinatura no Netflix?
Quer que seu negócio dê certo? Quer se aproximar de potenciais consumidores e gerar resultados de verdade para eles?
Então para de falar sozinho e colocar na rua o que você acha que é melhor e comece a escutar quem realmente importa na hora de tomar decisões de marketing e comunicação.
Estamos em 2016. Acorda e usa tudo o que está a sua disposição. Escute mais.