Quantas cores tem a sua marca?

Gabriel Cunha
Storica Blog

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Roxo, azul, verde, amarelo, laranja e vermelho. As cores da bandeira arco-íris dominaram a última semana em comemoração ao Dia do Orgulho Gay. A data, que faz referência à histórica revolta no bar de Stonewall em NY, é um dia de festa, militância, resistência e muito, mas muito glitter (toma essa, carnaval).

Até aqui, se você é uma pessoa com bom senso, empatia, informação e nascida depois de 1800, nada demais.

Agora, se você trabalha com marketing, comunicação ou só se interessa por questões de marca, certamente sabe que homossexuais já deixaram de ser uma população marginal para ocuparem um lugar de destaque dentro de estratégias de micro a grandes empresas mundo afora.

O Pink Dollar é rosa, mas vale ouro, meus amigos.

E como toda bela data comemorativa, entre beijos, cores e glitter, o Dia do Orgulho Gay desse ano foi recheado de marcas nas mais variadas ações, anúncios e, como não poderia deixar de ser, posts e mais posts. Todos competindo por um espaço ao arco-íris.

E quem ganha esse espaço? No meio de tanta marca, tanto post, tanta cor, quem é que se destaca? Quem é que realmente usa esse momento para se aproximar de um público tão exigente e cada vez mais relevante? A resposta é bem mais óbvia do que eu gostaria, mas a julgar pelo que vi no último dia 28, passou mais um ano e as marcas não aprenderam ainda. Ganha quem sabe do que está falando. Ganha quem sabe com quem está falando.

E olha, ganha muito.

Agora paremos de repetir mantras de marketing que todo mundo tá cansado de ouvir e não botar em prática e passemos pros exemplos. Ou o bom e velho ‘do que diabos cê tá falando, mané?’

Eu tô falando que estamos em 2016. Eu tô falando que o mundo evoluiu, sim, e que enquanto ele fazia isso, o movimento LGBT evoluiu também. Eu tô falando que postar uma arte com a bandeira do arco-íris simplesmente não é mais suficiente. Que duas meninas brancas dando as mãos numa foto de banco de imagens não vão fazer nada pela sua marca. Na-da.

E o que vai?

Entender o que é importante hoje para o seu público e participar dessa conversa. O que é atual? O que é cool com esse público?

Para saber, pergunte a quem se destacou esse ano no dia do Orgulho Gay. Pergunte a quem sabe porque ouviu o que o público tinha a dizer.

Pergunte à Avon.

Pergunte à Skol.

Essas marcas entenderam que o hot topic na comunidade LGBT hoje é o gênero, e não só a sexualidade. E com maestria abordaram o tema, cada uma dentro do seu universo de marca, para atingir resultados de interação e mídia espontânea fenomenais, se destacando entre aquele mar arco-íris de posts meia boca.

As mulheres hoje falam de empoderamento. Os LGBT, de gênero. Os deficientes físicos, eu não tenho a menor ideia. Mas se eu quiser conversar com eles, é meu trabalho de comunicador descobrir.

Então da próxima vez que sua marca quiser falar com o público LGBT (esquece isso, da próxima vez que sua marca quiser falar com qualquer um) pare e escute primeiro. Escute, escute e escute até encontrar um lugar em que a sua história faça sentido.

E se não encontrar, faça um favor pra você e pra todos nós e não fale nada.

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Gabriel Cunha
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Marcas, Comunicação, Histórias, Estórias e Pessoas. Esse é meu mundo. www.storicamedia.com.br