Voluntário de Redes Sociais

Luiza Reinehr Tabet
Storica Blog
Published in
3 min readMay 6, 2016

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“Me chama pro seu grupo! Eu também quero ajudar“.

Atire a primeira pedra quem nunca falou isso para alguém que participa de grupos envolvidos em projetos sociais ou ONG’s. Mas, queremos realmente ajudar a sociedade ou dar aquela inflada básica nos nossos egos postando fotos nas redes sociais?

Quando visitei um orfanato pela primeira vez, lá em 2010, participar de uma ação de Dia das Crianças, eu e o grupo recebemos vários tipos de reações, inclusive as negativas, que envolviam medo e até isolamento por parte das crianças. Fomos orientados pelas funcionárias do local a agir com cautela, já que muitas delas sofreram maus tratos, abusos e não confiavam em adultos, com toda a razão. Esse dia foi um grande desafio, tanto para mim quanto para elas. Voltei para casa com uma sensação maravilhosa, rolou aquele sentimento “quando a gente volta?“. Não quis ficar parada, então, há mais de 3 anos, faço parte de um grupo que visita crianças, adolescentes e adultos que receberam ou aguardam por um transplante de coração pela rede pública.

Desde que voltei à ativa no trabalho voluntário, senti que o que me incomoda bastante nesse meio é a falta de propósito de algumas pessoas. Percebi que muitas procuram grupos e ações voluntárias para expor ao seu ciclo social quão maravilhosas e altruístas elas são. O ego incha tanto, mas tanto, que elas esquecem o verdadeiro motivo pelo qual estão ali naquela tarde de domingo. A pessoa simplesmente não desgruda do celular, seja pra tirar foto das crianças em recuperação ou para aproveitar um reflexo da janela pra tirar uma selfie.

Encontrei na internet algumas pessoas que também se incomodam com esse comportamento tanto quanto eu. Como esse perfil de Instagram chamado Barbie Savior (Barbie Salvadora). Duas meninas criaram esse perfil usando duas bonecas da Barbie fazendo trabalho voluntário em países. A ideia não é criticar o voluntariado em si, mas tentar trazer a verdadeira proposta desse trabalho, que não é nada mole, de volta. Afinal, estamos pensando no próximo ou no número de likes?

Para ler mais sobre o perfil, clique aqui.

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