“Da ideia ao primeiro real” — os 5 primeiros passos

Natalie Witte
Strong-up
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3 min readJul 18, 2019
  1. Analisar o mercado

Você já pesquisou o mercado? Essa é a primeira pergunta que eu faço a um empreendedor que apresenta a sua ideia. Parece óbvia, até um pouco ingênua; mas posso garantir que é absolutamente fundamental. De cada 10 start-ups, apenas duas sobrevivem. Segundo um estudo feito pela CBInsights, o principal motivo é que simplesmente não há interesse para boa parte das soluções apresentadas ao mercado pelas start-ups. É preciso saber se o mercado existe e se ele tem porte para absorver a sua empresa hoje e quando ela atingir plenamente seu potencial.

2. Conhecer a fundo o seu público

Então, você já viu que esse é um problema… Perfeito! Sim, e existem clientes potenciais ávidos pelo que você tem oferecer? Agora, quem são esses clientes? Qual o seu perfil, poder de compra…? Você está fazendo algo pensando nos seus próprios interesses ou no de pessoas à sua volta ou conseguiu de fato entender seu cliente potencial, seus interesses, necessidades, demandas, desejos, vontades e, talvez ainda mais importante, seus medos, pontos de resistência, frustrações, dores… ?

3. Aprender com erros e acertos dos que já tentaram

E seus concorrentes? Muitos empreendedores me falam com orgulho que não têm concorrentes, “nada igual no mercado”. Isso pode ser positivo, caso você realmente tenha conseguido criar algo totalmente inovador (o que é MUITO difícil). Mas também pode ser muito negativo, mostrando que a questão anterior à sua ideia não era falta de oferta e, sim, falta de demanda pela sua solução. Nesse ponto, um trabalho de benchmarking é indispensável. O sucesso normalmente vem para quem consegue fazer melhor algo que já é feito. É importante frisar que, muitas vezes, “melhor” não precisa necessariamente passar por uma oferta maior ou mais sofisticada. Pode ser mais tornar algo mais simples e acessível.

4. “Show me the money”

A segunda razão para a quebra precoce de start-ups é a falta de recursos financeiros. Sem dinheiro, não rola! E o dinheiro vem do modelo de negócio que deve gerar modelos de receita consistentes e sustentáveis ao longo do tempo. Assinatura é um bom exemplo de gerador de caixa recorrente e bem interessante. Mas nem todos os negócios comportam assinaturas e nem sempre — na verdade, quase nunca — elas são suficientes para garantir o crescimento saudável da empresa.

5. Paixão e dedicação

A rigor, essa deveria ser a primeira pergunta. Mas como é subjetiva, tento entender, a partir do grau de profundidade com que o empreendedor chega para conversar comigo, se estamos diante de alguém que encontrou a materialização do seu propósito. Se não for assim, não é impossível chegar lá, mas vai ser muito, muito mais difícil. Se você não estiver totalmente casado com a sua ideia, a sua empresa, provavelmente vai faltar fôlego no meio do caminho para lidar com todas as dificuldades, que não costumam ser desprezíveis.

Respondidas essas cinco questões, já dá para saber se estamos apenas diante de uma ideia diferente ou realmente de um projeto de vida feito para vingar. Na linha de “errar rapidamente”, muitos dos empreendedores que mais me agradeceram pelos conselhos foram aqueles aos quais eu consegui mostrar que o negócio tinha uma falha de origem e que eles não deveriam seguir — pelo menos não da forma como estavam projetando.

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Natalie Witte
Strong-up

Business and M&A Lawyer with more than 12 years of experience as a legal adviser to tech companies and startups. More info on www.linkedin.com/in/nataliewitte/