O Brasil é um gulag?

Luiz Faria
2 min readJan 22, 2016

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Próximo a encerrar o longo período de doutoramento, com a defesa da tese já aparente no horizonte, alguns convites interessantes de trabalho começam a acontecer, mas certos argumentos utilizados para torná-los atraentes é que tem despertado minha reflexão.

Fui um estudante bastante aplicado durante todo o período de doutoramento. Tive oportunidade de publicar o resultado de minhas pesquisas em periódicos internacionais e isso acabou por gerar exposição e, consequentemente, propostas de trabalho fora do Brasil estão acontecendo. Isso é bom, mostra que não estamos tão desnivelados em relação ao resto do mundo em termos de estudos, mas porque eu deveria sair imediatamente do Brasil como se eu tivesse conseguido uma “carta de alforria”?

Aqui trabalho como professor em uma instituição federal (IFES). Penso que minha categoria profissional deveria ser muito melhor remunerada, mas vivo dignamente com o que recebo pelo meu trabalho. Além disso, estou onde eu sempre quis estar, fazendo o que gosto e que todos saibam: não foi fácil pavimentar o caminho até a docência em uma instituição federal.

Claro que me incomoda viver em um lugar que o pensamento hegemônico é plutocrático e que os veículos de comunicação de massa são meros reprodutores desse pensamento. Claro que seria mais fácil viver em um país que investisse mais do que 3% de seu PIB em Educação, mas penso que há motivo para eu continuar em meu país. Talvez, lutar para mudar o que me desagrada no Brasil seja a principal motivação para ficar. Afinal de contas, não estou em uma prisão siberiana, o Brasil não é um gulag.

Bom dia, amigos!

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