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Querido(a) Professor(a),

Ana Flávia Vianna

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Eu sei que o celular te incomoda, eu sei que incomoda a gente não prestar atenção, a gente não escutar, a gente não anotar, a gente não te enxergar como A fonte de conhecimento. Eu imagino que dói, eu imagino que incomoda, que seja frustrante, que não é como você queria que fosse.

Mas deixa eu tentar te mostrar o nosso lado. A gente se acostumou com um mundo com informações a todo momento, com um mundo que praticamente qualquer dúvida pode ser tirada em minutos, em um mundo que dá pause pra gente absorver se a gente não entendeu, que dá pra repetir, ler de novo, ler ou aprender quando tá afim. A gente sabe como o mundo é hoje, a gente precisa aprender mais sobre o futuro, claro conhecendo o passado, mas é que às vezes vocês só ensinam o passado. Num quadro de giz que mal dá pra ler.

Eu acho que a aula não funciona mais, pelo menos não nesse formato de 1:40 com você falando lá na frente ininterruptamente, se perdendo nos seus casos, se perdendo na matéria, se perdendo até mesmo no tempo, afinal é muito tempo até pra você, não é mesmo?

A gente não consegue se concentrar por 1:40. Não dá. Sinto muito, mas não temos paciência pra tanto tempo parado, olhando pra mesma direção, no seu ritmo e sendo totalmente passivos. Não dá pra assistir 10 palestras de 1:40 por semana, é chato, é cansativo, é improdutivo.

A gente vai perdendo o gosto por aprender, na medida que vai virando uma obrigação. A gente às vezes até esquece como é bom aprender e descobrir as coisas. Talvez porque acabe sendo tudo só jogado na gente, antes mesmo de termos qualquer dúvida, antes de termos alguma curiosidade sobre o assunto.

A gente quer aprender, mas não parado escutando o tempo todo. A gente quer fazer, a gente quer ter curiosidade sobre as coisas que a gente vai aprender, a gente quer participar, conversar, discutir. Não só escutar e tirar uma dúvida ou outra.

A gente quer aprender sobre o futuro. Não só sobre como as coisas eram há anos atrás. O mundo é tecnologia, é inteligência artificial, é internet das coisas e etc. Queremos entender como funcionar nesse mundo, porque é nesse mundo que a gente vai trabalhar.

Mas a tecnologia não substitui as pessoas. Por isso, a gente precisa aprender sobre gente também, sobre comportamento humano, sobre gestão de pessoas e até sobre nós mesmos.

Mas, juntos, a gente pode criar uma nova educação. O que acha?

Abraços,

Ana.

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Ana Flávia Vianna

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