O coletivo

Subplano
Subplano
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5 min readApr 24, 2018

O plano está no limite dos pés, na altura das sobrancelhas, no alcance do dedo médio. No plano, acomodamos a casa, plantamos as flores, criamos raízes.

Este projeto é um convite para a profundidade. Aqui, construímos rupturas entre o que é e o que pode ser, um espaço de criação, de arte, de utopia. Aqui, respiramos superfície mas passamos nossas horas, muitas horas, submersos no campo do absurdo, criando histórias e desconstruindo realidades.

Somos um coletivo de escritores motivados a divulgar a arte ficcional de Brasília e em busca de parceiros que queiram divulgar a sua arte.

Subplanistas

os autores. as autoras.

A imagem invertida da câmera traz um alguém que, às vezes, estranho. É como se os meus olhos fossem, agora, do outro, um outro que tem os olhos voltados para mim. Mas não posso olhar como o outro me olha. Então arrisco uma exposição que me deforma e me define. Passo a ser um objeto para o ser que olha. Mato a minha percepção e crio uma existência. Quem sou eu? A bonita e a feia; a generosa e a egoísta; a sensata e a demente; a razoável e a louca. Eu sou a qualificação do outro e, contra o outro, não tenho defesas. O que sei de mim torna-se uma ilusão, um sonho, uma fantasia para o ser que olha. Viro pedra sob o olhar da Medusa.

Filipe Henz é ilustrador e escritor. Em suas longas jornadas através do espelho, traz fragmentos das relíquias que encontra logo após o véu do abismo. Suas incursões internas abrem portais para antigos mundos, transcritos em suas histórias, como traduções de seu microcosmo. Graduado em Comunicação Social, mestre em Arte e Tecnologia (UnB). É um dos fundadores da revista em quadrinhos brasiliense, Incoerente Coletivo. Possui contos publicados em revistas literárias e de forma independente na internet. (www.filipehenz.com)

Frederico Tales é professor, escritor e cineasta, sempre teve paixão pela literatura e escrita criativa. Traz influências do hermetismo, do realismo fantástico, da ficção científica e do horror. ( www.fredericotales.com.br)

A poesia, sempre feminina, é cristalização, retrato que resulta
instantâneo, captura e transformação, onde o poeta, esse transgressor,
intervém com seu cinzel. Na biografia, poeta e poesia não se encontram. Só o ato poético define o poeta e o que dele resulta, a poesia. Quererá então isso indicar a volta do poeta ao castelo, ao constrangimento da forma, à não intervenção social? A intervenção do poeta é ser tangido ao ato poético, sem que lhe reste outra alternativa e onde intervém, para além do social, com seu cinzel.

Izabela graduou-se em Arquitetura e Urbanismo (UnB) após uma infância nos pilotis das superquadras. Atraída pela geometria poética da capital, as linhas dos prédios alimentam também o imaginário que se distribui construindo novos planos.

Jéferson Assumção é escritor e possui pós-doutorado em Teoria Literária pela Universidade de Brasília (UnB). Já publicou mais de 20 livros. Foi assessor, coordenador-geral e diretor de Livro, Leitura e Literatura no Ministério da Cultura (MinC), e secretário adjunto de Cultura do Rio Grande do Sul.

Nasceu no mar de Fortaleza e vive em Brasília. Coleciona saudades e memórias alheias de tempos não vividos. Adora sapatos, livros, fotografias e vermelhos. Investiga o mundo das palavras que faltam. Ela se escuta, mesmo que não entenda o que quer dizer. Morre e renasce nas letras, todos os dias. Escrita é bússola nessa vida de se perder. Criadora de mundos, inventa vestígios de vida em uma linha ou outra. Chora para esquecer que tudo é ilusão, mas só ganha mais rugas.

Antes de aprender a escrever, seu passatempo já era digitar. Antes de ler as primeiras 100 páginas, já queria escrever um livro de 500. Depois de fanfics, poemas, livros e contos inacabados, descobriu que não seria assim tão simples. Agora, divide-se entre vários bicos, faz barulho no cinema e vai escrevendo o que aparece enquanto espera que a inspiração secreta para seu longo romance se revele.

Depois de constantes fracassos na vida de baterista, Pedro Pantoja resolveu largar as baquetas, se levantar do banquinho e sentar de novo para escrever. É roteirista profissional. Pode ser encontrado em cadeiras desconfortáveis, trabalhando no roteiro de um filme, ou em uma sala de cinema, reclamando com quem faz barulho. É também ciclista e mais quarenta e quatro istas. Nasceu em Brasília e ainda insiste em buscar outros fracassos — dessa vez na literatura.

Doida por livros desde que se entende por gente. Aos 11 anos, escreveu no diário:
quero ser escritora. Anos e caminhos diversos depois, a vontade ainda a ronda. Enquanto tudo e nada acontecem, mantém a literatura como norte, consolo e espelho. Em 2007 lançou o livro “O Cartão e outros contos”, pela editora LGE.

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