Meshes of the Afternoon — Tramas do Entardecer (Maya Deren, 1943)

Larissa Goya Pierry
Subvercine
Published in
2 min readOct 1, 2018
  • Publicado originalmente no Tumblr em 17/04/2016

Um dos curtas-metragens mais interessantes e enigmáticos que já assisti. Pra mim, além de ser instigante, visualmente lindo e carregar uma atmosfera de mistério, também é importante pois é dirigido, escrito e atuado por uma mulher — o que, diga-se de passagem, se hoje já é raro de vermos, imagina na década de 40 — mas sim, Maya Deren é o nome mágico por trás de Meshes of the Afternoon.

É uma tarefa um tanto difícil tentar analisar esse curta, já que sua narrativa é de cunho surrealista e abstrato, deixo a cargo da subjetividade de cada um. Acredito que tenha sido extremamente inovador para a época, além disso, percebi influência no cinema de David Lynch, pois compartilham da noção do absurdo, símbolos e do visual que traz desconforto, etc.

A sinopse diz o seguinte: “Maya Deren é uma mulher aprisionada dentro de casa, sufocada pelo cotidiano doméstico. Ela é atormentada por múltiplas visões, se despedaça em diferentes personalidades, e não consegue diferenciar muito bem, enquanto cochila, o sonho da realidade. Seu olhar para por longos segundos em qualquer objeto doméstico: uma faca em cima do pão, a porta destrancada, o telefone fora do gancho”. (fonte: https://filmow.com/tramas-do-entardecer-t12758/)

Assim explica-se a presença desse curta aqui no Subvercine, pensei que seria interessante de escrever brevemente sobre ele por ter me causado uma sensação única quando o assisti. Além de também trazer questões de gênero, inevitavelmente, quando expõe aspectos da vida doméstica e psíquica de uma mulher americana na década de 1940. É pouco conhecido, então, também fico feliz de fazer o papel de disseminadora, é ver para se fascinar.

--

--

Larissa Goya Pierry
Subvercine

Psicóloga. Feminista. Escrevo umas coisas por aí. Apaixonada por Cinema, Literatura, Música e pelas belas estranhezas da vida.