Shazam! — Um filme para a família, acessível e engraçado.

Uma obra lúdica, que não se leva a sério e com uma lição sobre família.

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Título Original: Shazam!
Direção:
David F. Sandberg
Roteiro: Henry Gayden
Elenco: Zachary Levi, Asher Angel, Jack Dylan Grazer, Mark Strong, Grace Fulton, Ian Chen, Faithe Herman, Jovan Armand, Marta Milans e Cooper Andrews

País: Estados Unidos
Duração: 132 min
Estreia: 04/04/2019

Uma obra lúdica, que não se leva a sério e com uma lição sobre família, assim é “Shazam!”. O novo filme do universo DC, que em nada lembra seus antecessores. É a aventura de um garoto abandonado que se torna um super-herói adulto com a sabedoria de Salomão, a força de Hércules, o vigor de Atlas, o poder de Zeus, a coragem de Aquiles e a velocidade de Mercúrio. Em trama bem executada e cativante. O filme funciona tão bem, que nem percebemos que o roteiro de Henry Gayden escolhe esquecer sobre a sabedoria de Salomão.

Com um longa que beira a comédia, a DC consegue emplacar seu primeiro entretenimento família. Existe sim o foco no público infantil, mas certamente a obra vai agradar aos adultos também. O humor é bem colocado, as piadas não estão fora de hora e temos muitas surpresas, reviravoltas e piadas não vistas nos trailers. Algo incomum em longas dessa magnitude.

Billy Batson (Asher Angel) é um adolescente de quatorze anos, abandonado pela mãe. Ele não “aceita” seus lares adotivos e nunca desiste de reencontrar seus pais. Ele recebe super poderes de um antigo mago (Djimon Hounsou), cujo o nome é formado pela união das iniciais de Salomão, Hércules, Atlas, Zeus, Aquiles e Mercúrio. Ao dizer o nome do mago Shazam, Billy se transforma em um adulto superpoderoso (Zachary Levi). Essa dualidade de um garoto no corpo de um adulto super-herói é muito bem trabalhada e se torna o ponto forte do longa. Quando ele é confrontado por Dr. Thaddeus Sivana (Mark Strong), Billy precisa aprender a controlar seus poderes para combatê-lo. Enquanto tudo isso ocorre o garoto é adotado por uma família formada por “abandonados” e ao longo da trama passa a entender o verdadeiro significado de família. Que acaba sendo a lição principal da obra.

É no elenco familiar outro ponto forte da produção. Todos estão muito bem e compõe essa nova família do protagonista, temos a irmã mais velha e inteligente a Mary Bromfield (Grace Fulton), o irmão viciado em video games Eugene Choi (Ian Chen), a fofinha irmã mais nova Darla Dudley (Faithe Herman) o silencioso e sisudo irmão do meio Pedro Peña (Jovan Armand) e o irmão esquisitão/melhor amigo Freddy Freeman (Jack Dylan Grazer). A mãe Rosa (Marta Milans) e o pai Victor Vasquez (Cooper Andrews) também merecem destaque. O carisma de Zachary Levi é fundamental, ele que nos cativa quando Billy está fazendo bobagens na pele do herói. Todos têm atuações muito acertadas.

Os problemas de “Shazam!” estão nos diálogos expositivos, algumas “liberdades” do roteiro e na pobre caracterização dos sete pecados capitais. A gula, preguiça, ira, inveja, orgulho, avareza e luxúria poderiam ter rendido visuais e conceitos mais interessantes. No terceiro ato temos algumas sequências desnecessárias e que parecem se repetir. Mas no geral é uma história simples, bem contada e que funciona.

O fato de Shazam não ser um grande conhecido do público se torna um aspecto positivo, uma vez que deu liberdade para o diretor David F. Sandberg explorar o personagem com ousadia. Assim, as várias versões do herói são misturadas e sua mitologia explorada com inovação. Um filme para a família, acessível e engraçado.

Obs. São duas cenas pós-créditos. Uma logo após aos créditos iniciais e outra no fim de todos os créditos.

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Às vezes certo, às vezes errado, nunca com razão.