Se Meu Fusca Falasse — Divertido e Simpático

Sunça
Sunça no Cinema
Published in
3 min readAug 19, 2021

--

Um filme de família caprichado e que tem um Fusca. Pronto! Já gostei.

Título Original: The Love Bug

Direção: Robert Stevenson.
Roteiro: Bill Walsh, Don DaGradi (baseado em história de Gordon Buford).

Elenco: Dean Jones, Michele Lee, David Tomlinson, Buddy Hackett, Joe Flynn, Benson Fong, Joe E. Ross, Iris Adrian, Gary Owens, Chick Hearn, Andy Granatelli, Ned Glass, Robert Foulk, Gil Lamb.

País: EUA
Duração: 108 min
Estreia: 24/12/1968

Um Fusca atrapalhado, consciente e com sentimentos. Esse é Herbie o corredor número cinquenta e três, que ganhou nossos corações e se tornou um dos carro mais icônicos do cinema. Talvez, o carro mais icônico do cinema. “Se Meu Fusca Falasse” é um filme de família clássico. Tenho ótimas lembranças de assistir ao filme com minha avó. É bem provável, que nesses momentos de diversão tenha surgido minha paixão (fixação) pelos fuscas. Herbie fez muito sucesso e protagonizou cinco longas, uma série de TV com cinco episódios e revistas em quadrinhos. A obra foi a última produção da Disney com a participação de Walt Disney. Infelizmente ele faleceu em 1966 e não assistiu ao filme pronto. Walt sugeriu a adaptação do conto “Car, Boy, Girl” de Gordon Bufford. Então, os roteiristas Bill Walsh e Don DaGrandi escreveram essa comédia com estrutura episódica que exala simpatia. O diretor Robert Stevenson, responsável por vários filmes do estúdio, mesclou a comédia com emoção e capturou belas coreografias de corrida com planos de câmera certeiros.

Jim Douglas (Dean Jones) é um piloto de corrida fracassado e mora com o amigo Tennessee Steinmetz (Buddy Hackett). Jim encontra o “pequeno carro” em uma loja de automóveis sofisticados e importados. Ele acaba se envolvendo com a vendedora Carole Bennett (Michele Lee). Seu patrão Peter Thorndyke (David Tomlinson) é o dono da loja e um verdadeiro “Dicky Vigarista”. Thorndyke acusa Jim de roubar o Fusca e o obriga a comprar o carro. A história é simples e de forma certeira não se preocupa em explicar porque Herbie tem vontade própria. Ele é super veloz e Jim passa a vencer várias corridas em Laguna Seca e Riverside. O que não agrada Thorndyke, o atual campeão nacional da SCCA (Sports Car Club of America). Uma curiosidade interessante é que no filme o motor do Fusca foi substituído pelo motor do Porsche 356 para dar velocidade ao carro. Herbie tem personalidade forte e demonstra bem suas emoções sem apelar para olhos e bocas ou uma narração subjetiva. Ele é ciumento e impulsivo e percebemos isso em suas ações. Jim é pessimista e egoísta, é na convivência com o “pequeno carro” que ele se desenvolve e cresce como pessoa. Carole é forte e independente. E o amigo Tennessee é hilário e o único que sabe o segredo de Herbie desde o início.

A direção é competente nas cenas de corrida e nos momentos em que visualmente nos são mostradas as habilidades de nosso querido Fusca. Ele corre, empina, escala montanhas e pula sobre lagos criando cenas engraçadas e memoráveis. Efeitos especiais e práticos convincentes, que podem parecer defasados hoje em dia, mas funcionam e são visualmente bonitos. Tudo isso com sua memorável e ótima música tema composta por George Bruns. O que incomoda no longa é sua estrutura episódica. Os episódios são longos e, em alguns momentos, não se costuram bem para formar a trama. “Se Meu Fusca Falasse” é divertido e engraçado, um filme de família caprichado e que tem um Fusca. Pronto! Já gostei.

--

--

Sunça
Sunça no Cinema

Às vezes certo, às vezes errado, nunca com razão.