Dia 8 — Inquérito finalizado; primeira cena feita

Samuel Fialho
Superlativo Blog
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3 min readJan 31, 2018

Este artigo pertence a uma série a que chamei “Como testar uma ideia de negócio sem metermos os pés pelas mãos”. Acompanhe-me nos próximos dias numa jornada em que decidirei se avanço ou recuo com a concretização de um projecto.

Hoje decidi finalizar o pequeno inquérito que iniciei há uns dias. Se tivesse apenas de avaliar estes resultados, avançava já de pés e cabeça para este projecto. Mas… não é bem assim.

Apenas consegui obter 19 respostas, embora todas elas sejam qualificadas, uma vez que os inquiridos foram seleccionados de acordo com a finalidade do projecto.

Jakob Nielsen afirma que 5 é o número mágico: depois de analisar 83 estudos de produtos que ele próprio realizara, concluiu que 85 por cento dos problemas detectados foram, todos eles, observados no mínimo por cinco pessoas (Nielsen, Jakob, and Thomas L. Landauer, “A Mathematical Model of the Finding of Usability Problems”, 1993).

Com perto de 90 por cento de respostas positivas, seria de avançar, correcto? Talvez não. No artigo que escrevi sobre o inquérito em si, tenho algumas dúvidas sobre a objectividade do mesmo. E, além disso, entre o dizer que se tem interesse e, de facto, avançar para a compra de um serviço destes vai uma enorme distância.

Ainda assim, é claro que são resultados encorajadores. As duas únicas respostas negativas que obtive fizeram as seguintes observações: um inquirido disse que não precisava do serviço porque tinha uma plotter; outro referiu que preferiria a forma tradicional pela facilidade que teria em explicar o que pretendia e porque qualquer erro seria prontamente detectado e corrigido.

Só por esta última resposta, o inquérito valeu a pena. Percebi que era muito importante reforçar o carácter humano do serviço (não é feito por máquinas) e dar destaque ao apoio ao cliente. Eram coisas que eu tinha vagamente na minha cabeça, mas não de forma tão clara. A partir desta observação, o video, o site e qualquer outra mensagem publicitária irá repetir vezes sem conta estas ideias: o melhor apoio ao cliente de sempre; humanos a rever os ficheiros com toda atenção do mundo, para que nada falhe.

Outra das questões que coloquei foi relativamente ao preço que estariam dispostos a pagar. Aqui os dados são curiosos. Ao fazer esta questão sei, de antemão, uma coisa: aquilo que eu estou disposto a pagar é sempre o menor preço possível. Obtive uma média de 20 euros por póster, o que está dentro das minhas previsões (mas não será o preço final e mais lá para a frente explicarei porquê).

A última questão foi também curiosa. Tinha uma percepção errada relativamente ao número de vezes que os inquiridos faziam pósteres por ano. Para mim, um dos problemas com a rentabilidade do projecto seria mesmo esse: imaginava que a maior parte dos utilizadores iriam apenas imprimir um póster por ano e, dessa forma, a repetição da compra seria muito improvável. De acordo com os resultados do inquérito, obtive uma média de 2.68 pósteres por ano, o que acaba por ser muito interessante (ainda para mais porque alguns inquiridos afirmaram que desenvolviam até 5 pósteres por ano).

São, todos eles, dados curiosos. Mas é preciso mais. Ainda assim, deixa-me sempre perplexo pensar que sabemos tudo sobre os nossos clientes e basta apenas um pequeno inquérito como este para percebermos que algumas das nossas percepções estão profundamente erradas.

Uma actualização sobre o video: ufa. Agora tenho a certeza de que me vai dar imenso trabalho. Perdi cerca de meia hora a relembrar-me dos comandos de animação do After Effects e outra meia hora a preparar as layers das ilustrações do Illustrator. Todo este tempo resultou apenas nestes 4 segundos, que correspondem à primeira cena:

Isto é apenas um teste!

É importante realçar bem que isto é apenas um teste. Deu para perceber como é que os ficheiros terão de ser preparados no Illustrator; qual é o processo de importação para o After Effects; como utilizar a puppet tool; e, sobretudo, para ter uma noção mais clara do tempo que isto irá demorar. Escusado será relembrar que a voz off (a minha), a música e os efeitos não são finais.

Amanhã irei continuar a trabalhar nas ilustrações para o video. A ideia é fazer mais duas cenas.

Até lá e obrigado por continuar a ler estes artigos.

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Samuel Fialho
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Full Stack Designer. React forever apprentice. Communication thinker. Original from Nazaré. Based in Lisbon.