Internet pós-visual: bem-vindos à era do áudio.

Du Panozzo
Superplayer & Co
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6 min readJul 17, 2019

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Como uma marca se comunica e se destaca em um mundo sem imagens?

Você provavelmente sabe qual é a cara da sua marca, quais são as cores e os elementos que a representam visualmente. Talvez você saiba até os aspectos de personalidade que esses elementos estão ajudando a transmitir: confiável, inovador, sólido…

Mas você faz alguma ideia de como a sua marca soa? Como identificá-la de olhos fechados?

Se a sua resposta for não, melhor começar a pensar nesse assunto agora mesmo. Isso por que alguns fatores estão contribuindo para que a gente avance cada vez mais em direção a um mundo dominado pelo áudio, e as empresas que aprenderem mais rápido a se destacar nesse novo ambiente, saem na frente.

Mas o que afinal é um “mundo dominado pelo áudio” e quais são os fatores que estão levando a essa mudança?

O hábito de sacar o smartphone do bolso é algo comum nos dias de hoje sempre que queremos conversar com alguém, tirar uma dúvida qualquer ou consumir algum conteúdo. Porém, esse movimento tão corriqueiro pode estar com os dias contados.

O uso de comando de voz no lugar da digitação cresceu 20% nos últimos 2 anos. É o que afirma esse report da Stone Temple de março de 2019.

E faz sentido, já que os dispositivos que respondem à voz nos dão a praticidade de fazer tudo isso mesmo quando estamos com as mãos ocupadas, cozinhando ou dirigindo, por exemplo. É só falar e aguardar a resposta.

E quem responde? São os assistentes virtuais, como a Siri da Apple, a Alexa da Amazon ou o Google Assistant.

Essas tecnologias estão ficando tão inteligentes que até nos assustamos quando a assistente virtual da Google ligou para um salão de beleza e marcou um horário em uma apresentação da Google Duplex feita em 2018.

Se trata de um movimento importante pois coloca o áudio como protagonista pela primeira vez desde que a internet surgiu. Afinal, o universo digital sempre foi muito visual, primeiramente com a escrita e nos últimos anos com o boom da imagem e dos vídeo (é só ver o crescimento nos números do Instagram e do Youtube).

O áudio foi tão negligenciado que se tornou comum nos últimos anos ver legenda em vídeos de Facebook ou Instagram, já que muitas pessoas simplesmente assistem a eles sem volume nenhum. Porém, estudos mostram que esse comportamento do consumidor está prestes a mudar, fazendo com que a gente entre em um mundo pós-visual protagonizado pelo som.

E o que fará as pessoas aderirem cada vez mais ao áudio? Basicamente a culpa será da tão familiar correria do nosso dia a dia.

Parece loucura, mas falar o que você está procurando demora alguns segundos a menos do que tirar o celular do bolso e digitar, e a verdade é que vivemos hoje em um mundo tão corrido que esses segundos fazem a diferença.

Além disso, estamos sempre ocupados com alguma coisa.

E casos como esse, quando estamos escovando os dentes, dirigindo ou cozinhando e precisamos falar com alguém ou pesquisar alguma informação — como proceder? Através dos comandos de voz, precisamos simplesmente falar.

É por isso que não só os mecanismos de busca estão passando por essa transformação, mas o consumo de conteúdo também está.

Enquanto textos ou vídeos demandam a nossa atenção visual, o conteúdo em áudio nos deixa livre para fazer o que a gente bem entender enquanto o consumimos.

Prova disso é o crescimento do podcast nos últimos anos.

Essa matéria mostra que, segundo o próprio Spotify (que não divulga dados específicos para o Brasil) de abril de 2017 a abril de 2018, o aumento no número médio de ouvintes no mundo inteiro de podcast diários na plataforma foi de 330%.

Nessa mesma matéria, o gerente de jornalismo da CBN Rio, Thiago Barbosa, reforça que “com o áudio, você consome informação enquanto faz alguma atividade física ou manual. Tem gente que fala que gosta deste ou outro podcast porque é o tamanho da louça para lavar, ou do tempo da esteira.”

É uma das mídias que mais cresce no mundo por acompanhar o ritmo do mundo.

Essa mudança de mundo visual para um mundo protagonizado pelo áudio, vai transformar consequentemente a forma como consolidamos uma decisão de compra.

Se as ferramentas de busca como Google e Yahoo revolucionaram os meios como encontramos marcas, produtos e serviços na internet lá no início dos anos 2000, e o Facebook fez o mesmo alguns anos depois, hoje temos Alexa e Google Home fazendo a frente na era do áudio.

Campanhas em imagem e vídeo que rodam no facebook, Instagram, youtube ou até as preocupações de empresas com SEO para um bom ranqueamento nas buscas do Google serão substituídas por anúncios em áudio e um trabalho de branding mais importante do que nunca.

Isso porque se você falar “Alexa, compre um tênis para mim”, a própria inteligência artificial vai escolher uma marca por você (provavelmente, a essa altura, um tênis produzido pela própria Amazon).

Aí que entra a importância do branding: se você sabe que o que quer é um tênis da marca Nike, você vai falar “Alexa, compre um tênis da nike para mim”, e a Nike venderá mais um produto.

Viu a diferença de ter sua marca presente na cabeça do consumidor? Isso se chama “Voice Search” e a estimativa é que em 2020 ela represente 50% dos searches! Um dos principais motivos: é muito mais rápido (150 palavras/min contra 40 palavras/min escrevendo). Informações mais completas sobre isso nesse link aqui.

Mas enfim, nesse novo contexto, criar uma identidade de marca requer um novo tipo de pensamento. Por exemplo, a voz da sua marca é a voz de um surfista de 25 anos? É a voz de uma celebridade? É uma voz sem gênero?

É uma música? Um assovio? Algumas marcas sempre tiveram audio tags bem fortes, mas será preciso ir além.

Acredito que nas próximas décadas, como a sua marca soa vai ser um fator absurdamente crucial para ter sucesso e isso vai totalmente de encontro à nossa missão como empresa: ajudar marcas a inovarem e se destacarem através da música e da tecnologia.

Abordei mais profundamente nesse texto como a música pode ajudar a criar uma conexão forte e real entre marca e consumidor, servindo como assunto para uma conversa contínua que culmina em conversão de vendas.

Foi o que o Superplayer & Co fez com o Bradesco, case em que ajudou a marca a criar uma plataforma de streaming de música customizada para seus propósitos de marca. Leia mais aqui.

Além disso, a Superplayer & Co vem desenvolvendo uma série de iniciativas que vão além da música, desbravando os mais diversos potenciais do áudio, como conteúdos de podcasts e o papel do som como user interface nos novos devices como Google Home e Amazon Echo ou apoiando a interface gráfica nos computadores e smartphones. Mas isso já é papo para outro texto.

Se esse conteúdo despertou a sua curiosidade, já atingimos nosso objetivo!

Por mais que o áudio já tenha sido o protagonista na era de ouro do rádio durante o século XX, podemos estar presenciando o ressurgimento dessa forma tão clássica de comunicação. E é preciso estar atento, pois são nessas mudanças grandes de estrutura que surgem os novos líderes de mercado.

Caso você se interessar em saber mais sobre como podemos te ajudar nesse novo cenário ou quiser conhecer outros cases da nossa marca, fique a vontade para ir até o site da Superplayer & Co e entrar em contato. Vai ser um prazer conversar.

Até a próxima!

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Du Panozzo
Superplayer & Co

leão com ascendente em aquário / produtor de conteúdo com ascendente em música / cheff de café da manhã