Escalando o design na Sympla

Lucas Moreira
Sympla Design
Published in
6 min readAug 9, 2019
Parte do time de Product Design da Sympla no QG BH

Não é fácil escalar um time forte e multidisciplinar em uma empresa que não para de crescer. Escassez de mão de obra qualificada, falta de conhecimento e experiência com produto são apenas alguns dos desafios que encontramos ao publicar uma nova posição em nossa página de carreiras.

Já são quase 4 anos à frente do time de design na Sympla. Entrei como primeiro e único designer e, hoje, somos mais de 10 (e crescendo cada vez mais). Nesse período, fizemos incontáveis melhorias na plataforma de gestão de eventos da Sympla, lançamos novos apps para compradores e organizadores de eventos, refizemos toda a área pública da Sympla, e até fizemos o rebranding da marca.

A cultura é uma coisa viva

Nossos produtos impactam diariamente milhares de pessoas com o objetivo de simplificar a vida dos usuários, conectando-os a experiências únicas. Mas para tornar isto possível, desde o primeiro dia a Sympla já acreditava fortemente no poder de transformação que o Design possui.

No início, antes de cada pixel do que seria um MVP, nosso CEO-Founder e ex-designer, pensava primeiro no valor que o produto estava gerando para os usuários. Este mindset foi passado para mim e, hoje, é a principal característica que avaliamos em cada uma de nossas contratações para o time de design.

Para que conseguíssemos atingir todos os resultados nestes últimos anos, foi necessário que a equipe de design compartilhasse da mesma visão e princípios, dispostos a encontrar as melhores soluções, com autonomia e agilidade. E é claro, escalar tudo isso muitas vezes não é uma tarefa fácil.

No mercado de design, o profissional criativo com visão de owner e o viés estratégico tem ganhado cada vez mais espaço. Porém, só isto não basta. Estas softs skills, juntas à aderência aos valores e estratégia da empresa, são indispensáveis para criar times que vão além da técnica e atividades operacionais.

Quando abrimos o LinkedIn, vemos muitas pessoas falando em cultura e uma das principais dúvidas que surge é: “como fazer com que as equipes trabalhem no mesmo ritmo?”. Na Sympla, entendemos que a cultura é algo vivo, construída diariamente pelos nossos times, é uma forma compartilhada de enxergar o mundo, um movimento que acontece de dentro para fora.

Conhecer para crescer

Já foi o tempo em que ser designer era o mesmo que ser “exército de um homem só”. Hoje, olhando para qualquer produto de sucesso, vemos que os times estão cada vez maiores e os projetos mais colaborativos — e na Sympla, essa realidade não é diferente.

O time conta com UX Researchers e Product Designers (temos vagas para DesignerOps também!) trabalhando em projetos de diversas frentes de pesquisa, auxiliando para que as estratégias do produto e tomadas de decisões estejam alinhadas com os objetivos de negócio e centrados no usuário.

É claro que há coisas que não são encontradas em nenhum best-seller de design ou guia de boas práticas. Como designers, exercer habilidades de negociação e flexibilidade é fundamental. Particularmente, acredito que essas duas habilidades são tão importantes quanto as heurísticas de Nielsen ou saber sobre design thinking para um profissional da área.

Se hoje eu precisasse definir em uma palavra o processo de entrada de um designer no time, diria: conhecimento. Mas não me referindo apenas a técnicas e boas práticas. Falo sobre autoconhecimento, conhecer suas forças e fraquezas, aprender com os erros e correr atrás para ganhar contexto do negócio, objetivos do produto e estratégia da empresa.

Como Head de Design, encorajo cada designer a colaborar, a desenvolver senso geral de propriedade e responsabilidade. Só assim será possível usufruir de toda a autonomia dada ao time para a construção de nossos produtos.

Assim, muitas vezes o papel exige que se tome decisões, não só de design, mas também de negócio. Claro, como diria o tio Ben, “com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades”. Acho que, por termos noção disso, valorizamos o saber errar.

Criar um time de design que conhece suas limitações e desenvolve o erro como parte de um processo de melhoria contínua é essencial para que o design ganhe cada vez mais força dentro da empresa por meio da transparência.

Radar chart de skills que adotamos na Sympla

UX > UI. WTF!?

Essa definição pode ser polêmica para muitos designers, mas não se assuste. Quando falamos de UX>UI na Sympla, falamos sobre a importância de se pensar na experiência e no impacto de seu trabalho na vida das pessoas antes de abrir o Sketch.

Já vi muitos designers seniores tentarem dar uma solução para um problema que não existe. Parece aquela velha história de fazer a marca para depois justificar. Por fazer parte de um produto que está presente na vida de milhares de pessoas, posso dizer que este comportamento não dá certo. Sei disso porque eu mesmo já fiz coisas só porque achava legal, tendência, mas, no final, os números mostraram que não eram tão legais assim.

De novo, errar muitas vezes é preciso. Depois de muitos erros e acertos, criamos alguns pilares para orientar e facilitar na assertividade nas tomadas de decisões:

  1. Pesquisa: procure se envolver desde o início no projeto, seja ele um driver da empresa ou mesmo uma feature. Acreditamos que o quanto antes o designer estiver envolvido, mais aberturas para experimentações o projeto pode ter.
  2. Colaboração: procure sempre envolver pessoas de outras áreas que possam ser relevantes para a construção do projeto. Seja envolvendo áreas de ponta — como customer experience, customer success, suporte ou vendas — quanto pessoas de áreas mais técnicas, como desenvolvedores, cientistas de dados e analistas de risco.
  3. Contexto: sempre que possível, tente entender o contexto de uso do produto em questão. Influências externas e culturais podem afetar como as pessoas usam diferentemente um mesmo produto.
  4. Empatia: o ideal é compreender as dores, necessidades e emoções dos usuários do produto. Isso pode mudar drasticamente o mindset do produto.

Compartilhar para escalar

Pois é, escalar um time não é uma tarefa fácil, ainda mais quando o papel deste time é core para praticamente todos os objetivos e metas da empresa. Assim, depois de todas as skills citadas, não poderia esquecer daquela que faz com que o nosso time se torne escalável: Compartilhar.

É importante manter os membros de um time conectados uns aos outros, compartilhando conhecimento, ideias e sempre incentivando a transformação.

Isso é tão forte aqui na Sympla que, há alguns dias, depois de um bate-papo com o time sobre design e estratégias de negócio, o nosso CEO deixou um papel na mesa de cada Product Designer. Neste, estavam escritos alguns princípios que ele acredita e incentiva para que cada funcionalidade passe antes de ser implementada.

Os 10 mandamentos de UX que adotamos como mindset

Traduzindo…

  1. Entendimento da estratégia do negócio
  2. Entendimento da estratégia do produto
  3. Entendimento do perfil do(s) usuário(s) daquele produto (user-centered)
  4. Entendimento do objetivo > proposta de valor da área / ferramenta
  5. Benchmark (busca por objetivo parecido)
  6. Hierarquia das informações
  7. Organização das informações
  8. Consistência
  9. Prototipagem (Balsamiq!) <> testes
  10. Protótipo entregou/foi percebida a proposta de valor aliada à estratégia da empresa e do produto? If: YES = hora da UI :)

Have fun!

Olhando para o futuro

Sabemos que estamos construindo algo grande, não paramos de crescer e, para que esse movimento continue, queremos nos unir ainda mais a pessoas que acreditem nesse mesmo objetivo.

Caso você queira aprofundar a leitura sobre os processos do nosso dia a dia, sugiro a leitura do texto O Product Designer na Sympla.

E se você quer ir além e deseja fazer parte do time de Product Designers da Sympla, uma ótima notícia: Estamos contratando!

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