Os caminhos que nos trouxeram até aqui

TRIUNFO
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4 min readOct 30, 2019

O zica voltou!

Capa do disco AmarElo, Foto: Claudia Andujar, 1974.

Desde Abril estamos convivendo com a notícia do retorno do Emicida com um disco, devo admitir que parecia até mentira. Depois de anos esperando esse momento e das várias pistas pelo que estava por vir, principalmente por conta do vídeo “Permita que eu fale”, eu só tinha uma certeza: ele iria mostrar uma visão dele que a gente não conhecia ainda, mas eu não fazia idéia de como seria isso.

Pra concepção desse disco, o Emicida teve como objetivo principal a conexão entre pessoas e lugares, algo que, na minha opinião ele sempre fez. A conexão pela música, entre nós e ele, entre nós e outras pessoas, entre momentos e histórias que ficaram marcados na nossa memória e no coração. Então como ele ia criar mais conexões além das tantas que já existiam?

Durante todos esses meses que se sucederam, fomos presenteados às músicas Eminência Parda, AmarElo e Libre que nos levaram à encontros em lugares e com pessoas muito especiais, como o próprio Emicida, Majur, Pabllo Vittar, Ibeyi e Nátaly Neri. Passamos pelo Museu Afro-Brasil, Galpão da Casa 1, AKQA, Red Bull Station e Lab Fantasma.

1- Premiére do clipe de Eminência Parda — Museu Afro Brasil, 2- Lançamento de AmarElo — Casa 1, 3- Visita guiada pelo Museu Afro Brasil — Eminência Parda.

Conversamos sobre poesia, Luís Gama, sonhos e o que nos impedia de sonhar, afeto, luta, a importância de se criar pontes entre as pessoas e mais outras milhões de coisas que nos levaram a refletir sobre nós mesmos, à essa conexão que já existia entre nós e as novas conexões que surgiram com outras pessoas, lutas e lugares, como no Museu Afro Brasil que carrega um acervo IMENSO (mesmo, de verdade) sobre a cultura afro-brasileira mas que a gente esquece de visitar e que muita gente ainda nem conhece ou teve acesso, ou como a Casa 1 que dá o acolhimento necessário à pessoas LGBTQI+ que infelizmente, nem sempre existe dentro dos seus próprios lares (e que quase fechou as portas esse ano por falta de recursos, sabia?). Eu nunca vou conseguir descrever o quão intenso foi esse processo até aqui porque eu só fui entender quando saiu o último vídeo anunciando a data do lançamento do disco. A sensação que fica é de que construímos isso juntos, e de certa forma construímos mesmo.

Lançamento de Libre — AKQA. | Fotos: 1- Gabrielle Neves // 2- Gabie Pereira // 3- Gabrielle Neves |
Audição de AmarElo — Lab Estúdio (foto: Juliana Santos)

Todos esses encontros nos prepararam para um disco sobre afeto, nas diversas formas de existência. O Emicida sempre cita um registro que ele viu do Q-tip dizendo que (não vou lembrar exatamente as palavras) uma hora o rap teria que falar sobre as fragilidades das pessoas acerca dele, e o zica acredita que esse momento é agora. A gente concorda.

Esse disco é também sobre as batalhas que temos com o mundo enquanto sociedade e enquanto indivíduos e nossas batalhas internas e muito sobre força e superação.

AmarElo vai nos acompanhar de manhã quando a gente sair de casa para correr atrás dos nossos sonhos, nos momentos difíceis pra nos lembrar de não desistir e para estar lá com a gente quando a vitória chegar, por que depois de ter vivido tudo isso, eu não tenho condições de ter outra certeza a não ser essa de que a vitória vem de alguma forma, a gente só precisa se unir.

Audição do AmarElo — RedBull Station | Foto: Jeferson Delgado

AmarElo é uma experiência que a gente precisava, mas não sabia que precisava tanto. É pra sair da bolha, afastar todos os maus espíritos, ser fofo sem medo de ser feliz e erguer a cabeça em meio ao caos. Que bom que ele chegou! Estamos prontos para a aventura que está por vir.

Bem-vindo de volta, Emicida! Sentimos sua falta, mas a espera valeu muito à pena. Obrigada!

Beatriz.

Comentei um pouco no twitter sobre minhas primeiras impressões ao ouvir o disco. Segue o fio!

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