Além do medo
São 5 da manhã, sinto que algo não está normal. Meu primeiro sintoma? Um aperto no peito. Talvez eu tente relaxar e fingir que nada vai acontecer. Tento ocupar minha cabeça com coisas aleatórias, mesmo sabendo que não fará efeito. Minha respiração já não é mais a mesma, nesse momento, meus pensamentos já se perderam. E o medo? Ah! O medo já tomou conta. Impossível encontrar uma sensação de equilíbrio, impossível não me preocupar excessivamente. E a única coisa em que eu consigo pensar é que eu vou morrer, que eu vou enlouquecer.
Não é fácil saber que o mundo oferece oportunidades de falhar, por isso, sempre estou cobrando muito de mim mesmo. E isso já virou um vício. Nunca soube esclarecer as sensações e dizer por que acontece. Fecho os olhos e tento imaginar uma rotina de vida diferente, deixando de sentir um pressentimento de cobrança, um estresse intenso que vive nos meus dias.
Mesmo depois de um tempo acordado, ficar ali deitado não me traria resultado algum. Meus pensamentos se resumiam em me distrair. Mesmo sendo tão difícil, eu queria contornar a situação sozinho, trocando o medo e os pensamentos negativos, por algo que ocupasse minha cabeça. Distraía-me ao máximo, procurava estar rodeado por amigos, ou fazendo algo que eu tenho certeza que iria me ajudar. Somente assim, consegui fazer com que as minhas rotinas turbulentas, se tornassem calmas.
Respirava fundo, muito fundo, todas as vezes em que começava a sentir medo. Guardei minhas forças para vibrar por algo bom, e não para desperdiçá-la por qualquer pensamento inútil . Mesmo sabendo que eles ficariam comigo por dias, meses ou sei lá por quanto tempo, resolvi enxergar através deles um mundo bom. Aprendi a controlá-los. Compreendi cada momento de frustração, e fiz deles como um gás, que alimentava minha rotina. Mesmo assim, havia situações em que isso não ajudava, mas na maioria das vezes deu certo. Então, resolvi trocar minhas lagrimas de medo por sorrisos intensos.
