O mal do século

Julia Tonin Bordin
Especial TAG
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2 min readMay 28, 2017

A ansiedade está conosco desde os ancestrais, quando era usada como um mecanismo de sobrevivência da espécie, diante dos perigos enfrentados na luta pela vida. Como as ameaças não existem mais, apenas o que permaneceu foi o potencial do ser humano de reagir ansiosamente em uma situação de risco. Os perigos enfrentados hoje são diferentes daqueles que assombravam os antepassados, mas eles provocam no corpo humano a mesma sensação de ameaça e medo que sentiam nossos ancestrais.

Considerada por muitos especialistas como o mal do século, a ansiedade é entendida como um estado psicológico de preocupação e medo, motivado pela antecipação de uma situação desagradável ou perigosa. O ansioso está constantemente em estado de alerta e com pressa para terminar o que ainda não começou.

O apelido não é à toa. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o número de ansiosos no mundo em 2015 era de 264 milhões, 18,6 milhões apenas no Brasil, que possui o maior índice de pessoas com algum transtorno de ansiedade do Mundo.

A ansiedade é uma emoção comum e muito frequente. Ela pode se manifestar quando confrontamos algum problema, antes de tomar decisões, antes de um dia importante, por isso acaba sendo um sentimento útil para a adaptação, sobrevivência e proteção do indivíduo, porém, quando é sentida com mais frequência, passa de um mecanismo de ajuda a um mecanismo prejudicial ao ser humano.

Foto: Gabriella Tiscoski

Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, existem algumas formas de identificar quando a ansiedade se tornou patológica:

• Preocupação exagerada ocorrendo todos os dias por no mínimo seis meses
• Dificuldade para controlar o medo
• Ansiedade acompanhada de três ou mais sintomas: agitação, cansaço, sensação de branco, nervosismo, tensão muscular e perturbações do sono
• Ansiedade e medo não desencadeados por um estresse pós-traumático
• Ansiedade causando prejuízos em áreas importantes da vida do indivíduo
• As perturbações não estão associadas aos efeitos de remédios e não estão exclusivamente ligadas a transtornos de humor ou psicóticos

Se você se identificou com pelo menos um desses sintomas, procure um especialista. Ele é o único profissional capacitado que pode te ajudar a encontrar o melhor tratamento.

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