como se a casa explodisse por dentro esta é a última noite de verão
fecho os olhos e passo a mão no muro coberto de musgo
de todos os cantos, o cheiro é forte
infiltrando-se nas fissuras. A terra me vêm à mente
os dedos, uma armadilha
cavoucam mudos
as plantas feito uma boca, esfomeada
fedendo à mofo,
com uma língua suja, esbranquiçada
quintal a dentro, você arranca os meus lírios. — O que você quer ? Ela o encara,
num dialeto árido e ressentido.
E repete cada palavra, no mesmo tom, cada sílaba
— O que você quer ?
feito uma árvore velha, frágil e nua.