O adeus é imperativo, mas o ficar é teimoso

Tandra
EuLírico
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1 min readDec 16, 2016

Amo-te na mesma intensidade do nosso ultimo abraço, nem forte nem moderado. Entrelaçado, desordenado, embaraçado. Quero-te tal como mês passado, meio certo meio errado, sem fim, cheio de recomeços. Levando pedaços de ti, largando-os a cada tropeço.

Desejo latente no peito, amor por omissão, não conseguimos lutar contra, não foi uma escolha, a gente não teve opção. Entretanto o destino disse não. Não! Não!

Olho-te então, com olhos de quem precisa ir embora, carregando a dor de quem não mora no agora. Antecipo felizes momentos, mesmo sabendo que são apenas tormentos que batem do lado fora. Digo adeus como quem pede socorro. Preciso de reforço, alma, mente, corpo, todos em coro, suplicam “só mais um pouco”.

Não existe amar sem doer, assim como não existe poeta sem sofrer, portanto se a vida é assim, faria sentido resistir? se certo é o nosso fim, teríamos que aceitar o que está por vir. Contudo, a verdade é que o destino é medroso, a gente não tem que ser assim, é melhor sofrer por sentir, que sofrer por não conhecer.

O adeus até pode ser imperativo, mas, o ficar é teimoso.

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Tandra
EuLírico

Nem sempre escrevo tudo aquilo que sinto. Mas, sempre sinto tudo aquilo que escrevo.