Dizia que meu corpo era de violão
Tocava-me feito delírios de um solista
Saboreava-me com lábios imprudentes
Cantava em minhas curvas notas variadas
Da mais erudita flama
Ao mais popular dos prazeres
Interpretava minha pele em sonata barroca
Livrando-nos de padrões clássicos
Contemplando o concerto que éramos
Dedilhando em paixão minha forma acordeada
Colocava-me entre seus braços, violino eu era
Colocava-se entre minhas pernas, meu violoncelo
Fazia de mim cordas impudicas de seu instrumento
Cujas notas lúbricas escorriam incontidas
Da Série “O corpo da música”
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