Fui Designer por um mês na Taqtile

Passei algumas semanas trabalhando fora da minha área. Como foi?

Caio Teixeira
TaqtileBR
Published in
5 min readJul 27, 2018

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Oi gente, eu sou o Caio, estudante de Engenharia Elétrica na USP e recentemente tive a oportunidade de trabalhar na Taqtile por um mês com o time de UX Design. Mas como assim um estudante de engenharia elétrica foi parar na área de Design? Pois é.

Em maio, participei do Treinamento de Novos Piratas realizado pelo NEU — Núcleo de Empreendedorismo da USP — que consistia em capacitar alunos para trabalhar em startups em diversas áreas, dentre elas, Design e UX. Como prêmio aos destaques dos treinamentos, foi dada a oportunidade de trabalhar por um mês em uma startup da área. E então, foi assim que entrei na Taqtile (yay :D).

Logo no primeiro dia na Taqtile, me disseram que eu ia participar de um projeto interno (onboarding) e de um Design Sprint (tinha um porém: o Sprint era no dia seguinte!!). Vou contar um pouco da minha experiência em cada um.

Design Sprint

Era minha primeira vez tocando um Design Sprint real. Estava bem nervoso, no dia anterior não dormi muito bem, mas no fim, foi uma experiência incrível. Vou contar o porquê:

Só um parêntesis: antes mesmo de entrar na sala do Sprint, tive que fazer meu cadastro na recepção e o recepcionista me fez a pergunta: “Qual a empresa?”. Por um segundo, eu travei, mas a resposta veio em seguida: É…Taqtile.”. Depois disso fui tomado por um sentimento de pertencimento e felicidade de estar ali. Foi um pequeno momento, mas que achei importante registrar para mim mesmo.

Entrei na sala do Sprint. Me deparei com uma sala de empresa, considerada tradicional, rodeada por papéis colados nas paredes com desenhos e post-its e adesivos redondos vermelhos colados em ainda maior quantidade. Era um ambiente tomado por pessoas dedicadas à estimular a criatividade e resolver problemas. Senti que estava no lugar certo.

Museu de arte na sala do Sprint

Durante o dia, vi pessoas de diversas áreas discutindo ideias e recebendo a metodologia do Sprint de braços abertos, com vontade de aprender coisas novas. Isso me motivou bastante e me incentivou a estudar cada vez mais. Mas como nem tudo são flores, também tive que aprender a lidar com insegurança, nervosismo e timidez durante esses dias, foram momentos críticos que eu não podia transparecer esses sentimentos em contato com clientes, foi preciso força e auto-confiança. Foi um bom treino para aprender a lidar com todas essas questões.

Durante o Sprint, por se tratar da Taqtile, imaginava que, no dia do protótipo, iria desenvolver um aplicativo e acabamos por desenvolver um protótipo no Excel devido às decisões do time ao longo do Sprint. Me senti um pouco frustrado de início, porém é importante confiar no processo e fazer o melhor possível para dar uma experiência mais próxima da realidade para o usuário, mesmo que ela seja no Excel.

Algo que fiquei muito feliz de ter feito foram as dinâmicas de Crítica Rápida e da entrevista pós-teste de usabilidade. Foi gratificante receber essa confiança, e talvez não seria algo que eu faria em qualquer outro lugar.

Entrevista pós-teste de usabilidade

Mas o ponto alto de todo o processo foi a reunião final sobre o Sprint. Foi uma reunião com Yugo e Gabriela (facilitadores do Sprint), com Edmar (co-founder da Taqtile) e Danilo (sócio e co-founder da Taqtile). Nunca esperava que algum dia participaria de uma reunião com essas pessoas em uma semana de trabalho, foi um momento muito especial e ficou como última (e boa) impressão do Design Sprint.

Onboarding e Taqtile

O processo de onboarding na Taqtile é um pequeno projeto que existe para quem está entrando poder se integrar ao time, recebendo ajuda das pessoas da sua área. O onboarding proposto à mim foi a construção de uma landing page mobile para promoção de cursos presenciais da Taqtile. O projeto consistia desde entrevistas com usuários e stakeholders até a definição da UI-User Interface da página.

Durante o onboarding, confirmei a hipótese de que o trabalho de um designer é a base para começar a desenvolver uma solução. Tudo começa por uma pesquisa bem feita com as pessoas certas, com os usuários certos. Depois uma pesquisa de mercado e as justificativas das escolhas de ter estudado as soluções já existentes. E para finalizar, uma conversa com stakeholders (no caso, Taqtilers) para alinhar expectativas e intenções com o projeto e escrever os Jobs To Be Done certos para começar a desenhar a solução. Sem esses passos, a solução não se sustenta o quanto deveria.

Passadas essas etapas comecei a desenhar. Fiz rascunhos, freehands, wireframes de como deveria ser a página e finalmente passei para o desenho com a ferramenta Sketch. Estava esperando bastante por esse momento e gostei muito de ter esse contato com a ferramenta. Minha adaptação com ela foi um pouco difícil mas aprendi muito, uma vez que muitas coisas aprendi por conta própria. Foi um modo de aprendizado que funcionou muito bem comigo.

Muitos momentos eu dediquei a estudar sobre o máximo de tópicos sobre design que eu conseguia. Cheguei a ler muito sobre botões, guidelines, espaçamentos, cores, fontes (descobri que uma fonte que tinha escolhido para a página, foi usada na placa comemorativa na Lua quando os astronautas do Apollo 11 chegaram).

Outra impressão que tive foi um sentimento de evolução com o trabalho. Muitas vezes achava que o que eu tinha desenhado estava lindo porém recebia muitos feedbacks de coisas que não tinha reparado e eu voltava a mudar muito do que tinha feito. Caso não recebesse feedbacks constantes, talvez não chegaria em um resultado melhor nem aprenderia mais com isso.

Feedbacks no freehand do Invisionapp

Esse projeto foi algo muito construtivo de se participar pois entrei muito em contato com a cultura da Taqtile. E uma das principais preocupações aqui dentro é promover uma cultura de feedbacks entre as pessoas. A todo momento, Taqtilers estão estudando como dar feedbacks melhores com o objetivo de melhorar a produtividade e as competências individuais do próximo. Considero essa uma das coisas mais importantes que eu vou levar comigo saindo da Taqtile e tentar aplicar não somente no âmbito profissional, mas pessoal também.

Primeira e última versão do mobile site

Enfim

Nesse momento só tenho a agradecer ao NEU pela oportunidade única, à Taqtile e todos os Taqtilers por me receberem e me mostrarem um pouco do que fazem, e por me fazerem acreditar na missão de levar experiências digitais relevantes para a sociedade. Essa missão não morrerá comigo. No que tiver alcance, vou ajudar para que a Taqtile continue cumprindo sua missão, mesmo que eu esteja como usuário daqui para frente!

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