Métricas Ágeis: uma relação de amor e ódio
Todo mundo já trabalhou em algum projeto que não tinha nenhum tipo de monitoramento, onde era difícil dizer qual o real andamento das atividades ou se o time era produtivo e eficiente ao longo das entregas. Métricas sempre foram vistas sob a ótica de uma relação de amor e ódio.
De um lado a ausência total e do outro um excesso desnecessário. Será que ainda é possível encontrar um equilíbrio?
Eu consigo afirmar com grande certeza que sim, afinal tudo que não pode ser medido não pode ser controlado.
Tudo que não pode ser medido não pode ser controlado.
Acompanhar, monitorar e compartilhar métricas pode reduzir muito a falta de planejamento e mostrar o real progresso dos times durante todo o ciclo de desenvolvimento. As métricas ágeis são uma excelente saída para ajudar equipes de Kanban ou Scrum no entendimento de todo o processo e tornando a implantação da solução uma tarefa fácil e rápida.
Abaixo vou exemplificar algumas métricas que podem ser úteis neste processo:
Gráfico de Burndown
Equipes que organizam seu desenvolvimento em histórias com duração estabelecida conseguem acompanhar a conclusão das tarefas durante todo o ciclo através de um gráfico de burndown, onde os eixos têm funções específicas. O eixo X representa o tempo e o Y, a quantidade de trabalho que ainda não foi concluída. O objetivo é finalizar todo o trabalho dentro do tempo previsto.
Um ponto de atenção aqui é não cair na tentação de finalizar diversos itens antes do tempo para parecer mais rápido, no longo prazo, isso dificulta a aprendizagem e diminui a qualidade e confiabilidade no trabalho executado. O ideal é dimensionar exatamente o esforço em cada uma das tarefas, ao menos assim um escopo sólido pode ser seguido.
Velocity
Velocity é a quantidade de trabalho que uma equipe consegue concluir dentro de um prazo previamente determinado. Após algumas interações entre o time já é possível medir e até mesmo prever a rapidez com que uma equipe pode trabalhar e concluir as diversas iterações.
Vamos fazer uma conta rápida aqui: supondo que o Product Owner quer concluir seu produto através de 50 tarefas. Sabendo que a equipe costuma concluir 5 tarefas por período determinado deve-se presumir que a equipe vai precisar de ao menos 10 iterações para que o produto seja liberado para lançamento. Este é o velocity.
É fundamental acompanhar a evolução ao longo do tempo já que equipes tendem a querer aumentar sua velocidade e otimizar os processos de criação. Dessa forma é possível ajustar a quantidade de iterações.
Este são alguns exemplos do que pode ser medido dentro do ciclo de desenvolvimento ágil, porém existem diversas outras métricas que podem ser igualmente adotadas, tais como, Gráfico de Controle, Diagrama de Fluxo ou % de Cobertura de Testes.
As métricas são parte fundamental da cultura das equipes e devem ser adotadas o mais rápido possível para que gerem insights consistentes.
Métricas devem ser usadas como vantagem competitiva até tornarem-se o motor que impulsiona a mudança nas metodologias e formas de trabalho.