O dia que comecei a chamar problemas de desafios
Eu sempre fui uma pessoa competitiva, movida por desafios.
Entre pessoas da minha roda de amizade vivemos em uma constante partida de “verdade ou desafio”. E, diga-se de passagem, minha resposta mais frequente é “desafio”, não por não querer contar a verdade mas o sentimento de superar algo me motiva muito mais.
Apenas pela diversão. Apenas pela vontade de querer ultrapassar barreiras durante o meu tempo livre.
E o que de fato é um desafio? Segundo o dicionário Michaelis é um “ato de instigar alguém a realizar algo que supostamente está acima da sua capacidade” ou ainda, uma “situação ou problema cujo enfrentamento demanda esforço e disposição (…)”
Mas em uma de minhas experiências profissionais passadas, as situações problemáticas eram simplesmente…. problemas.
E sendo eu sempre tão motivada por desafios, por que esse tipo de provocação não me brilhava os olhos?
Neste momento, me peguei refletindo sobre a troco de que eu topava alguns dos mais diferentes desafios na vida: pela adrenalina, pela satisfação de superação, pela euforia que isso me proporcionava?
Mas no meu ambiente de trabalho, a resolução desse problema também renderia frutos, principalmente em termos financeiros. Então por que isso ainda não fazia com que os meus olhos brilhassem?
Suspeito grandemente que tinha relação com todas as vezes que escutei de colegas de trabalho frases como “você é paga para fazer isso” ou “paciência, esse é o seu trabalho”, e caso eu trouxesse uma resolução para a situação, “você não fez mais do que a sua obrigação.”
A motivação foi apagando-se de pouquinho em pouquinho. Cada conflito ou situação difícil, fosse com um cliente externo ou interno, era o fim do mundo. A cada nova semana, uma nuvem cinza pairava sobre a minha cabeça.
Long story short, foi-se quase meia década de dias nublados, mas as estações mudam e os dias passam.
Em algum momento da minha jornada profissional, o meu caminho cruzou-se com o da Kenoby. De repente me vi trabalhando em um ambiente um tanto diferenciado, acolhedor, que me ensina e me ajuda diariamente a ser uma pessoa melhor.
Um local no qual o reconhecimento de pessoas ao redor passa a ocorrer de forma orgânica, e pasmem, em cima de pequenas conquistas do dia a dia. Sobre grandes conquistas, bom, sobre essas apenas posso dizer que o louros que tenho colhido, vão muito bem, obrigada. 😊
“Ah, Marina, mas e os problemas que hoje você chama de desafio?”
Problemas? Que problemas?
Na minha rotina de trabalho tenho uma agenda cheia, projetos complexos, situações nem sempre flexíveis. Mas problemas? Não.
Tenho DE-SA-FI-OS. 😁
Situações difíceis na rotina de trabalho, bugs ou conflitos com clientes, todo mundo irá encarar cedo ou tarde, independente da empresa, segmento ou do nível hierárquico.
Se você está infeliz naquele ambiente — seja pelo motivo que for, certamente os problemas serão problemas.
Mas se você se encontrar profissionalmente, Confúcio te manda um recado:
“Trabalhe com o que você ama e nunca mais precisará trabalhar na vida.”
