O cara de fora

Leonardo Lorieri
Tech@Grupo ZAP
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3 min readDec 1, 2016

Hoje, lá na "firma", veio um cara de fora falar o que alguém de dentro da "firma" já havia dito.

Isso é um postinho

Quem nunca viveu isso?

A gente fala, mostra, tenta convencer e ninguém dá a devida atenção. Aí vem alguém de fora, fala a mesma coisa e é um sucesso.

A diferença dessa vez é que eu estava na situação da pessoa que trouxe o cara de fora para falar.

E fiz isso com uma certeza: iam dar mais atenção à ele.

Desde o momento da decisão, fiquei reparando no impacto de trazer alguém de fora e como poderíamos replicá-lo em palestras de pessoas da "firma".

E assim fiz anotações:

O convite

Por ser uma pessoa de fora, o convite foi mais sério. Não seria alguém falando mais um assunto corriqueiro. Era alguém de fora dizendo algo muito importante, afinal, se deslocou até lá para isso.

Anotação: da próxima vez que eu quiser o mesmo impacto com alguém de dentro, o convite será no mesmo nível de seriedade.

A isenção

Ainda no convite, o foco no assunto era claramente maior do que na pessoa que ia apresentar. O foco era o problema, quem ia apresentar era secundário. Isso tornou o convite mais isento, deixando claro que o objetivo não era “fazer sala para um amigo”, mas resolver algo importante.

Anotação: foco no recado, não na pessoa.

O recado

Ainda no convite, o recado era claro: como resolver esse problema.

É diferente de algumas discussões internas onde colocamos o auditório em uma posição de potenciais clientes para comprar uma idéia dentre diversas possíveis.

Anotação: no convite deve estar claro nossa posição de acreditar na solução.

A impessoalidade

A apresentação foi feita provavelmente pela equipe de marketing da empresa que ele representava, era super genérica, não falava da gente, não tocava em fatos do nosso dia-a-dia, era impessoal. Falava do problema, mas não do nosso em específico. Não tinha como trazer nossas emoções para dentro dela e, assim, desviar o foco para outros problemas.

Anotação: tentar ser genérico, usar exemplos fictícios, fazer a apresentação como se fosse para pessoas de fora.

A impessoalidade, parte 2

Eu ia usar a palavra altruísmo, mas não sei se seria a correta :)
Um benefício claro da impessoalidade da apresentação foi não passar uma impressão parecida com a seguinte frase: “Olha como EU resolvi esse SUPER PROBLEMA da maneira mais F*DA para ajudar a empresa INTEIRA”.
Ficar fora do assunto dá uma impressão madura e confiável à comunicação e à você. Por exemplo: “Utilizando esta técnica reduz-se o tempo em X %”.

Anotação: coloque-se longe do assunto, até nos números e exemplos apresentados.

Dados claros

A apresentação trazia dados claros que não davam margem para discussões ou espaço para opiniões, ou seja, não era uma questão de acreditar no que alguém estava dizendo.

Anotação: tangibilizar o resultado esperado, especialmente com dados simples.

O Timing

Quando chamamos alguém de fora é por que o assunto se tornou mais importante e, consequentemente, a atenção dada será maior.

Anotação: espalhar as anotações acima para as próximas apresentações internas terem maior impacto antes de precisar chamar alguém de fora.

E é por isso que você leu até aqui :)

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Leonardo Lorieri
Tech@Grupo ZAP

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