O cara de fora
Hoje, lá na "firma", veio um cara de fora falar o que alguém de dentro da "firma" já havia dito.
Quem nunca viveu isso?
A gente fala, mostra, tenta convencer e ninguém dá a devida atenção. Aí vem alguém de fora, fala a mesma coisa e é um sucesso.
A diferença dessa vez é que eu estava na situação da pessoa que trouxe o cara de fora para falar.
E fiz isso com uma certeza: iam dar mais atenção à ele.
Desde o momento da decisão, fiquei reparando no impacto de trazer alguém de fora e como poderíamos replicá-lo em palestras de pessoas da "firma".
E assim fiz anotações:
O convite
Por ser uma pessoa de fora, o convite foi mais sério. Não seria alguém falando mais um assunto corriqueiro. Era alguém de fora dizendo algo muito importante, afinal, se deslocou até lá para isso.
Anotação: da próxima vez que eu quiser o mesmo impacto com alguém de dentro, o convite será no mesmo nível de seriedade.
A isenção
Ainda no convite, o foco no assunto era claramente maior do que na pessoa que ia apresentar. O foco era o problema, quem ia apresentar era secundário. Isso tornou o convite mais isento, deixando claro que o objetivo não era “fazer sala para um amigo”, mas resolver algo importante.
Anotação: foco no recado, não na pessoa.
O recado
Ainda no convite, o recado era claro: como resolver esse problema.
É diferente de algumas discussões internas onde colocamos o auditório em uma posição de potenciais clientes para comprar uma idéia dentre diversas possíveis.
Anotação: no convite deve estar claro nossa posição de acreditar na solução.
A impessoalidade
A apresentação foi feita provavelmente pela equipe de marketing da empresa que ele representava, era super genérica, não falava da gente, não tocava em fatos do nosso dia-a-dia, era impessoal. Falava do problema, mas não do nosso em específico. Não tinha como trazer nossas emoções para dentro dela e, assim, desviar o foco para outros problemas.
Anotação: tentar ser genérico, usar exemplos fictícios, fazer a apresentação como se fosse para pessoas de fora.
A impessoalidade, parte 2
Eu ia usar a palavra altruísmo, mas não sei se seria a correta :)
Um benefício claro da impessoalidade da apresentação foi não passar uma impressão parecida com a seguinte frase: “Olha como EU resolvi esse SUPER PROBLEMA da maneira mais F*DA para ajudar a empresa INTEIRA”.
Ficar fora do assunto dá uma impressão madura e confiável à comunicação e à você. Por exemplo: “Utilizando esta técnica reduz-se o tempo em X %”.
Anotação: coloque-se longe do assunto, até nos números e exemplos apresentados.
Dados claros
A apresentação trazia dados claros que não davam margem para discussões ou espaço para opiniões, ou seja, não era uma questão de acreditar no que alguém estava dizendo.
Anotação: tangibilizar o resultado esperado, especialmente com dados simples.
O Timing
Quando chamamos alguém de fora é por que o assunto se tornou mais importante e, consequentemente, a atenção dada será maior.
Anotação: espalhar as anotações acima para as próximas apresentações internas terem maior impacto antes de precisar chamar alguém de fora.
E é por isso que você leu até aqui :)