Ser dono da minha carreira na prática

Kope
Tech@Grupo ZAP
Published in
5 min readJan 9, 2020

Desde que eu entrei no Grupo ZAP, os valores que mais me motivam a estar aqui são a autonomia e a transparência que temos para entregar os melhores resultados. E isso não é de hoje. O Andre Maldonado e o Leonardo Lorieri por exemplo já fizeram ótimos artigos sobre isso aqui no Medium.

E foram justamente esses dois pilares da nossa cultura que nos permitiram questionar o porquê de outras decisões, como sobre a nossa própria carreira, não poderiam ser tomadas exatamente dessa forma. E foi aí que o “por que não” virou um “bora fazer um MVP?”.

Parece forçado quando falo isso com alguns amigos, mas é real. Se a ideia é boa e faz sentido, levamos para o nosso Town Hall, discutimos o tema e passamos a construir de forma colaborativa uma solução para a questão. E sem medo de errar, porque as melhores soluções sempre passam por experimentação, e modéstia à parte, somos craques nisso por aqui. Fazer, Errar, Aprender e Repetir.

Para isso sair do papel, a primeira coisa foi repensar nosso modelo de avaliação de desempenho, que apesar de já ter funcionado muito bem, hoje parecia já um pouco engessado. Para ter mais autonomia em decisões de carreira, o processo de avaliação precisava ser mais rápido, colaborativo e transparente. No lugar de prazos pré estabelecidos pela empresa, o processo precisa ser dinâmico e rodar 360°, o tempo todo. Afinal, qualquer pessoa que trabalha ou já trabalhou com você pode, a qualquer momento, contribuir mostrando pontos de melhoria e apontando entregas que fizeram a diferença para o negócio.

Um ponto muito importante pra conseguir resolver todas as dores do modelo antigo de avaliação, foi a criação de um time dedicado a isso, com pessoas voluntárias e com vontade de resolver esse problema. Graças a essa iniciativa e do apoio de nossos líderes, tivemos a oportunidade de criar um modelo que se encaixa bem em nosso dia a dia e com isso conseguimos aumentar a possibilidade de todos serem reconhecidos.

Foi pensando nisso que paramos de usar um modelo tradicional de avaliação de desempenho e estamos rodando, em formato de MVP, um processo que nos permite escolher o momento mais apropriado para falar sobre a nossa própria carreira, seja para ser promovido ou ganhar aquele aumento.

Estamos em fases de experimentação, mas já deu pra sentir que o que antes levava meses para acontecer, agora acontece muito mais rápido e com menos frustrações/expectativas, já que a pessoa decide o que quer e quando quer (sim, agora temos autonomia para fazer isso também!).

Mensagem dentro do Slack mostrando Pull Request de pedido de movimentação.

Mas como é ser dono da própria carreira na prática?

Bom, tudo começa com a elaboração de uma tese, onde colocamos os resultados e contribuições que consideramos mais relevantes para a empresa. Como todo o processo é público, outras pessoas que trabalham (ou trabalharam) com você conseguem comentar nas suas contribuições e te ajudar a ter mais evidências para defender a sua promoção ou aumento.

Não pense que esse processo é fácil, mesmo encaixando muito bem em nosso modelo de trabalho, é necessário uma dedicação enorme para preencher suas evidências. Uma das coisas que facilitou muito meu trabalho na hora de preencher minha tese é o modelo de trabalho e entregas que nossa Engenharia segue. Como utilizamos Github Issues e Pull Requests para tudo, é muito fácil ter acesso ao histórico das nossas entregas e com isso, ter um conteúdo super detalhado, facilitando o preenchimento da tese.

Histórico do github mostrando tarefas que foram feitas relacionadas a uma issue.

Depois, você pode também escolher algumas pessoas para revisarem a sua tese. A escolha dessas pessoas é muito importante para que o seu objetivo seja alcançado. O ideal é que você escolha pessoas que têm uma boa visão do seu trabalho e do impacto que você conseguiu causar neste período de trabalho que estará sendo avaliado.

Isso faz com que você se sinta mais confiante na hora de enviar para o Comitê de Carreira, que é composto por pessoas do time de Gente & Gestão, diretor da área e gestor direto. Feito isso, o comitê avalia o material enviado e retorna como uma devolutiva estruturada, que nos permite, no mínimo, saber o que precisamos fazer para chegar lá.

É importante dizer que as movimentações de carreira continuam sendo pautadas nas ladders existentes, que foram estruturadas de forma colaborativa e estão disponíveis no nosso github.

Gerente de Engenharia aprovando o meu pedido de movimentação e merge do Pull Request.

Por enquanto, este novo modelo está rodando só dentro dos times de Design, Produto e Engenharia, mas o plano é que, em breve, todos no Grupo ZAP sejam capazes de avaliar, justificar e interpretar de forma imparcial seus resultados para que as decisões de carreira sejam tomadas de forma autônoma e pública, sem desvios.

Estamos aproveitando esse período inicial para fazer adaptações ao modelo para que ele fique ainda melhor e consiga um dia ser eficiente para toda a empresa. Com as primeiras teses concluídas, o time de Gente & Gestão já começou a coletar feedbacks de quem participou para que o processo fique melhor o quanto antes.

Mas por que logo eu resolvi escrever sobre isso agora? Porque eu acabei de rodar um ciclo nesse novo modelo e consegui minha promoção aqui na empresa! :D

Já pensou em fazer parte desse time e trabalhar dessa maneira? Junte-se a nós ;)

https://jobs.kenoby.com/designeengenhariaeproduto

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