Como a TI mudou minha vida

Lara Argento
Tech'n Roses
Published in
5 min readMar 6, 2020
Photo by Christin Hume on Unsplash

Bom, meu nome é Lara Argento e vim de uma cidade bem pequena do interior, chamada Serra Negra. Tenho um background misturado: fui professora de Ballet, trabalhei em vendas e hoje sou desenvolvedora, sempre buscando mais no mundo da tecnologia da informação. Conforme vou conversando, me vejo ilustrando cenários e fatos que me trouxeram até aqui.

É algo bem parecido com essa imagem:

Então, aqui você vai encontrar:

  • Por que tecnologia?
  • Por que São Paulo?
  • Sistemas de Informação na Impacta — como foi a escolha?
  • Bolsa integral?

Vamos lá!

Sempre gostei de usar o computador e procurar saber mais. Sou uma pessoa muito curiosa. “Porque é assim que funciona” normalmente não é uma resposta que me contenta.

Desde minha infância e adolescência estive fuçando cantos da internet e usando redes sociais. Com uns 11 anos cheguei a começar a estudar C++ pelo MSN, e até criei minha própria calculadorinha!

Garota sentada em cadeira usando o computador com monitor “de tubo” olhando para a camera sorrindo. Foto tirada de outra foto
Foto da foto na epoca que usavamos CD com + de 300 jogos.

Nessa época, também fazia aulas de violão. Uns anos depois, acabei indo para um lado mais “Humanas”. Fazia aulas de Teatro, e toquei um pouco de guitarra. Já o ballet inicialmente foi como hobby, mas comecei a realizar os exames para obter a certificação internacional (tenho dois diplomas internacionais da Royal Academy of Dance) e foi aí que surgiu meu primeiro emprego: Trabalhava no único Studio de Ballet que possui a certificação e método de ensino RAD, como professora de ballet Baby Class, Infantil, Adulto e Jazz.

Quando terminei o Colegial, não sabia exatamente o que eu queria fazer, e Serra Negra não tem faculdade. Iniciar uma graduação “só por fazer”, em outra cidade, não me atraiu. Então, comecei a trabalhar full time pois sabia que quando eu fosse para alguma faculdade, precisaria de dinheiro. Fui admitida numa loja que vendia pijamas, e passei esses anos trabalhando e juntando dinheiro.

Depois disso, decidi que queria voltar a estudar programação. Percebia que sempre citava a época que eu estudava isso com muita nostalgia e saudade. Conheci pessoas que já trabalhavam como desenvolvedores, que me incentivaram a procurar como estava o cenário de TI, linguagens atuais, boas práticas, me deram algumas dicas… E aí parece que tudo clicou. Sempre gostei dessa área, por que não vê-la novamente?

Iniciei alguns cursos em casa por conta própria mesmo, fuçando nas coisas e procurando tudo no Google (que é como normalmente faço). Direcionei meu empenho para linguagem e lógica de programação, visando fazer trabalhos free-lance, já que morava em Serra Negra ainda. Sempre fui a menina que arrumava as impressoras e reiniciava o modem, mas foi só em São Paulo que isso virou meu trabalho de verdade, hahah!

E falando em São Paulo….

Enquanto eu estudava, um amigo meu que já estudava Sistemas de Informação na Faculdade Impacta me enviou o link para o projeto da Avanade, o STEM Scholarship Program, e incentivou-me a realizar a inscrição.

Duas mulheres sentadas em uma mesa, conversando.
Mentoria com profissionais voluntárias da Avanade.

Esse projeto existe porque a Avanade reconhece a importância de atrair mais jovens mulheres para estudar as disciplinas de Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM). É por isso que criaram a bolsa de estudos STEM, que oferece estágios, orientação e uma rede de suporte para ajudar os jovens a alcançar seu crescimento profissional e educacional. Há parcerias com algumas universidades de prestígio em todo o mundo, e em São Paulo, a Impacta foi a instituição selecionada para o projeto.

Realizei a inscrição, fiz as provas, entrevistas, e passei. Em 2019 fui escolhida pela Avanade e Impacta para estudar Sistemas de Informação com bolsa integral! O “SIM” veio dia 12 de fevereiro, e eu vim logo em seguida. Foi assim que pude vir morar em São Paulo. Saí de uma cidade de 25 mil habitantes para uma de 12,2 milhões! Foi uma grande mudança.

Em uma semana de faculdade consegui meu primeiro estágio na área, atuando no setor de TI como Suporte interno à uma empresa de cobrança, onde eu executava scripts simples em MySQL no banco de dados da empresa, configurava a telefonia PABX virtual com SIP IDs e outras coisinhas mais.

Meninas de pé sorrindo, atrás de computadores.
Visita à TOTVS com as meninas do Tech’n’Roses.

Nos primeiros dias de faculdade, as calouras foram recepcionadas pelo projeto de extensão da Impacta, chamado Tech’n’Roses, que tem como um dos objetivos engajar as mulheres que estão na área de tecnologia. Foi muito bom ver todas reunidas, pois assim, mesmo que na sala a maioria dos alunos ainda sejam homens, isso fez com que não tivéssemos a sensação de sermos minoria. O grupo estimula as mulheres a participarem de workshops, entrevistas de emprego e eventos. Compartilhamos informações relevantes não só relacionadas à parte técnica (as hard skills) mas também buscamos aprender mais sobre as soft skills!
Também temos espaço para trocarmos dicas profissionais e ideias. Isso faz com que as oportunidades cheguem às mulheres interessadas e tenhamos uma rede de apoio para nós mesmas, nos mantendo motivadas.

Em 2019, esse primeiro ano morando em São Paulo, aconteceu bastante coisa. Além de todas essas, também fui escolhida pela Microsoft como Microsoft Student Partner, programa global de embaixadores estudantis dispostos a ajudar colegas, liderar a comunidade tecnológica local e desenvolver habilidades para o futuro. Passei a trabalhar na área Técnica no Grupo Qualität, como Desenvolvedora RPA [Robotic Process Automation], onde fui efetivada com apenas 1 mês de estágio!

Mulher sorrindo olhando para a câmera e banner ao fundo com os dizeres “While (YouAreHere) { CommunityWin++;}
Mentoria de Azure no Hackaton She Hacks, realizado no Facebook.

Realizei palestras ao longo do ano, participei de eventos, conheci pessoas incríveis! Também fui escolhida pela Impacta como embaixadora da instituição de ensino!

Ainda não sei exatamente e especificamente onde quero chegar, afinal a área de tecnologia tem uma gama vasta de opções que podem ser seguidas. De qualquer forma, programo meus estudos para aprender cada vez mais sobre a área de desenvolvimento, aprimorando os conhecimentos que tenho hoje mas sem deixar de pensar nas soft skills!

É, foi um ano totalmente diferente do que eu, uma garota que morava em uma cidade pequena poderia imaginar.

Entre todos as experiências e aprendizados, há uma certeza: Quando uma mulher dá um passo, todas nós estamos mais próximas da vitória!

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