Redes virtuais VMware: Dissecando o NSX-T Virtual Distributed Switch: N-VDS — Final

Guilherme Barros
TechRebels
Published in
7 min readApr 1, 2020

Introdução

Como vimos na primeira e segunda parte da série Redes Virtuais VMware”, falamos sobre os vSphere Standard Switch (vSS) e vSphere Distributed Switch (vDS), componentes de rede do VMware vSphere ESXi. O vSS foi o primeiro switch criado pela VMware, trazendo recursos de camada 2 e permitindo a comunicação da rede virtual com a rede física. Já o vDS surgiu posteriormente, para trazer um gerenciamento centralizado com novas funcionalidades. Neste último artigo, iremos abordar apenas o Switch virtual da solução NSX-T especificamente, logo mais poderemos abordar a solução como um todo em outros artigos. Então vamos lá!

O NSX-T Virtual Distributed Switch — (N-VDS)

N-VDS surgiu através da necessidade de se obter uma comunicação de rede agnóstica, onde não fosse necessário a dependência do gerenciador VMware vCenter em um ambiente heterogêneo composto de vários hypervisors.

Nos hypervisors ESXi, a implementação do N-VDS é derivado do VMware vSphere® Distributed Switch ™ (vDS). O N-VDS é obrigatório para executar um tráfego de overlay; no entanto, ele pode coexistir com um vDS em determinada configuração. Com os hypervisors KVM, a implementação do N-VDS é derivada do Open vSwitch (OVS), embora o comportamento do N-VDS no aspecto da conectividade seja idêntico, independentemente da implementação específica, os recursos de execução e aplicação do plano de dados diferem com base no hypervisor e no recurso associado.

O N-VDS encaminha o tráfego entre componentes em execução no transport node (ex: entre máquinas virtuais) ou entre componentes internos e a rede física. No último caso, o N-VDS deve possuir uma ou mais interfaces físicas (pNICs) no transport node. Como nos outros switches virtuais, um N-VDS não pode compartilhar uma interface física com outro N-VDS. Eles podem coexistir com outro N-VDS ao usar um conjunto separado de pNICs.

Visualização no vCenter

Comparado a outros tipos de switch virtual no vSphere(vSS/vDS), você encontrará o switch N-VDS, muito limitado nos recursos de gerenciamento da perspectiva do vSphere Client. Você notará que, poderá apenas visualizar o switch, e ver quais NICs estão atribuídas ao N-VDS:

Você não pode gerenciar ativamente os adaptadores de rede do transport node, apenas pelo NSX-T Manager.

Diferentemente do NSX-V, o vCenter Server, é simplesmente, uma plataforma suportada que interage com o NSX-T, não existe a função de control plane para o N-VDS.

Portgroups
Quando criamos um segmento no NSX-T, um portgroup no vCenter é criado, você poderá identificar o segmento criado através da opção “Networking” no vCenter. Um ícone parecido com uma “nuvem”, irá representar o portgroup (segmento) criado:

Módulo do nsx-vswitch

No hypervisor ESXi, ele é implementado através do vDS por meio de um módulo do kernel chamado nsx-vswitch. O módulo é carregado no kernel do ESXi quando o hypervisor é configurado como um transport node pelo NSX-T. É através do N-VDS que os hypervisors realizam o overlay. Para verificar o módulo nsx-vswitch, basta executar o comando abaixo:

VMware ESXi:

esxcfg-module -l | grep nsx

Em hypervisors KVM, o módulo do N-VDS é implementado pelo Open-vSwitch. Para realizar a consulta dos módulos, deverá executar o seguinte comando:

Ubuntu KVM:

dpkg -l | grep openvswitch-*

Suse, Red Hat e CentOS Linux KVM

rpm -qa | grep openvswitch

O N-VDS é instanciado a nível do Hypervisor, e o sistema mantém um mapeamento da tabela dos componentes virtuais para a rede física.

Representação visual do N-VDS no NSX-T

É possível obter uma visão granular do N-VDS, em um nível de host individual. O NSX-T Data Center, fornece uma representação visual do status da conectividade entre o uplink do N-VDS e VMs, associadas a uma transport zone. Os objetos representados visualmente incluem:

  • Teaming Policy;
  • Uplink e NIC Física que provê conectividade para VMs.

O outro conjunto de objetos representados visualmente são VMs, portas e switches lógicos associados e status das VMs. A representação visual facilita o gerenciamento do N-VDS através da interface do NSX-T Manager:

Migrando interfaces de rede do vDS para o N-VDS

Quando você cria um transport node, pode ser que seja necessário migrar as NICs físicas e as interfaces do kernel de um vSS (vSphere Standard Switch) para um N-VDS.

Um host do vSphere ESXi inclui uma ou várias interfaces (NICs) físicas. As interfaces do kernel, são definidas nesses hosts para fornecer conectividade à interface de gerenciamento, armazenamento, vMotion e etc.

Essas NICs físicas e suas interfaces VMkernel (vmknics), são inicialmente conectadas a um vSS.

Por exemplo, se um host tiver apenas duas interfaces físicas, convém atribuir essas NICs ao N-VDS para redundância. Em seguida, o vmknic desse host deve ser migrado para este N-VDS:

Pré e pós-migração de interfaces de rede para um N-VDS

Antes da migração, o host do vSphere ESXi possui dois uplinks derivados das duas portas físicas — vmnic0 e vmnic1. Aqui, o vmnic0 está configurado para estar em um estado ativo, conectado a um vSS, enquanto o vmnic1 não é usado. Além disso, existem três vmknics: vmk0, vmk1 e vmk2.

Você pode usar as APIs do vSphere ESXi, para executar a migração para o N-VDS. Consulte o Guia de API do NSX-T .

Após a migração, o vmnic0, o vmnic1 e seus vmknics são migrados para o switch N-VDS. O vmnic0 e o vmnic1 são conectados pela VLAN e Overlay transport zones.

1. Deverá configurar o hypervisor do vSphere ESXi como um transport node NSX-T com dois uplinks. Designe apenas a configuração vmnic1 ao nó de transporte nesse estágio. A configuração vmnic0, permanece anexada ao vSS.

2. Ao migrar a interface do kernel de gerenciamento, você move vmnic0 e vmk0 de um vSS para um N-VDS. Antes de migrar a interface de gerenciamento da VM para o N-VDS, deverá executar as verificações de conectividade.

Topologia N-VDS

Topologia desagregada

Todas as VLANs de infraestrutura Underlay, ficam no switch vSS/vDS. O N-VDS hospedará apenas a rede Overlay, conforme mostrado abaixo:

Nesse design é interessante com pelo menos 4 NICs físicas nos hosts ESXi:

  • 2 para o vSphere vSS/vDS;
  • 2 para o N-VDS (considerando a resiliência).

Como boa prática, verifique se os uplinks de cada vswitch vão para diferentes switches físicos TOR (Top of Rack), primário e secundário, para lidar com as falhas físicas de rede.

Topologia agregada

A seguir, migramos todas as VLANs de infraestrutura Underlay do vSphere vSS/vDS para N-VDS, e usamos o N-VDS para redes Underlay e Overlay, conforme mostrado abaixo:

Essa abordagem pode ser usada se tivermos apenas 2 NICs físicas no host ESXi.

Conclusão

Vimos ao longo da série “Dissecando switches virtuais”, que a VMware ao longo dos anos criou 03 switches de acordo com suas necessidades, apresentando melhorias e novas funcionalidades para a virtualização de rede. Cada switch possui uma importância específica dentro da virtualização. O N-VDS introduziu o conceito de rede virtual agnóstica, reforçando a filosofia da VMware “Any Cloud, Any Application, Any Device”, ou seja, executamos workloads em qualquer nuvem, com qualquer aplicação, em qualquer dispositivo.

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Sobre o autor:

Guilherme Barros é System Engineer, na empresa Systech Tecnologia e Consultor em TI pela Algar Tech.

Graduado em Gestão da Tecnologia da Informação, certificado VCIX-DCV pela VMware, e trabalha há 10 anos em grandes projetos de virtualização para o Governo Federal e empresas privadas.

https://www.linkedin.com/in/guilhermembarros/

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