Como viajar se você tem peixes

Filipe Fonseca
Tecnologia | Thoughtworks
3 min readMar 10, 2017

Não sei de quando e como surgiu essa paixão por criar peixes, mas já se arrasta por 20 anos. Tenho um aquário com 6 peixes: Maria, Judith, João, Paulo, Rodolfo e Abraão.

Maria e Judith in love.

Me peguei pensando um dia que posso ter sido influenciado pelo primeiro livro que li na vida: Meu peixe Pixote. E nunca tive um peixe chamado Pixote. Vou batizar o próximo assim. Enfim, vamos ao que interessa.

Sempre que tenho uma viagem planejada penso nas mesmas coisas: O que preciso levar? Qual horário preciso sair? Preciso arrumar minhas malas! E… quem vai cuidar dos meus peixes??? 😣 Por mais que eu consiga uma pessoa e que ela se sinta disposta a fazer isso por mim, essa pessoa precisa de uma dedicação diária para dar ração e essa ração precisa ser dada na quantidade correta. Comecei então a pensar em uma forma de resolver este incômodo.

Dado o cenário, eu precisava de algum mecanismo que não dependesse de alguém, que desse a quantidade certa de comida e que fizesse isso todos os dias.

Comecei a trabalhar em uma empresa e nos primeiros dias de trabalho, observei um colega de trabalho fazendo alguns experimentos com Arduino. Na hora me veio a ideia de resolver este meu problema com alguma solução tecnológica. Sempre tive muito interesse em desenvolver algo de IoT (Internet of Things). Me aproximei deste grupo e contei a minha ideia para o Dawson, que logo ficou muito empolgado!

Começamos a pensar em 2 possibilidades de resolver o problema:

  • 1- Uma garrafa virada de ponta cabeça que deixaria a comida cair na quantidade certa, mas essa quantidade seria controlada pelo tempo de abertura. Esta abordagem nos trouxe muitos cenários que poderiam dar errado: A quantidade de ração que cai poderia variar de acordo com a quantidade de ração do recipiente; Se por algum motivo o dispositivo travasse com a tampa aberta, cairia toda a comida, podendo levar meus peixes à morte.
  • 2- Um recipiente com uma rosca que conseguiria empurrar a quantidade certa de comida. Tudo parecia dar muito certo com esta abordagem. Todos os riscos levantados na primeira opção foram mitigados. Então, vamos desenvolver…

Só que não deu tempo de fazer até a minha próxima viagem e novamente tive que pedir uma pessoa para cuidar dos animais. No meio da viagem, esta pessoa me mandou uma mensagem falando que a ração havia acabado. Expliquei qual era o tipo de ração era boa para os peixes.

Quando cheguei em casa, me deparei com uma surpresa. A ração que ela comprou veio em um recipiente fantástico que nos ajudaria com o nosso projeto. Este recipiente libera uma porção de ração a cada click no botão. Na hora contei para o Dawson.

Basicamente, o que precisávamos era de um dispositivo capaz de apertar o botão. Colamos este motor de uma forma que conseguiríamos fazer a ação, ligamos o motor no Arduino e fizemos a implementação.

Começamos com a ideia de fazer todo tratamento automatizado, ou seja, todos os dias as 8:00 o dispositivo faria o tratamento automático. Testamos isso, mas senti que alguma coisa não estava muito legal. Queria sentir que estava tratando dos filhotes (hehe). Como tenho uma grande experiência com chatbots, veio a ideia de fazer a segunda versão com esta tecnologia. A qualquer momento, posso enviar uma mensagem pelo Telegram para fazer o tratamento. Veja só como ficou:

Trazendo a tona a importância de pensarmos cada vez mais nos usuários, como usuário deste produto, ainda me sinto um pouco inseguro se realmente está caindo ração depois do tratamento. Mesmo fazendo o envio de uma mensagem de confirmação, ainda não é suficiente para me deixar seguro.

Já estamos pensando em soluções para resolver isso: Tirar uma foto após o tratamento ou um dispositivo infravermelho que identifique que foi tratado com sucesso.

Caso tenham algum caso parecido ou algumas sugestão, conte para nós! Obrigado pela dedicação, Dawson!

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