A hipersexualização da mulher negra refletindo-se nos algoritmos
Mesmo após tantas lutas pelos seus direitos a equidade, liberdade e independência financeira, a mulher ainda é objetificada, sexualizada e reduzida a satisfazer o homem. Não exagero, a voz da mulher é ignorada por ser mulher, seu corpo continua sendo tratado como de livre acesso a qualquer um, e ainda são tidas como inferiores aos homens. Tudo isso claro é fruto do machismo e da cultura do estupro, sendo ainda pior para as mulheres negras.
Se por um lado o corpo, e traços de uma mulher branca é tratado como um padrão para uma “mulher bonita”, do outro, o corpo da mulher negra enfrenta uma dualidade, nas palavras de Kleiton Linhares (2015) tal corpo é contraditório, pois, transita entre feio e o belo, o nojento e o exótico, preguiçoso e o trabalhador. O corpo da mulher negra é hiper sexualizado, erotizado e ao mesmo tempo tratado como indesejável e invisível, sendo isso fruto da escravidão, ainda segundo Kleiton Linhares (2015) Levando em consideração o processo histórico, desde da escravização, é possível perceber que o corpo negro passou por vários processos de aprisionamento, dilaceramento, inferiorização e até mesmo de classificação, tudo isso de acordo com as vontades e interesses do “dono”.
A hiper sexualização da mulher negra não ficou no passado, ainda é possível ouvir comentários como a mulher preta tem “a cor do pecado”, um “sabor diferente” ou pondo a mulher preta como uma predadora sexual, isso tudo é racismo.
É possível perceber esse tipo de comportamento sendo refletido também nos algoritmos. Como ocorreu com o teclado do Google, o Gboard, perceberam que ao se escrever a palavra “negrinha” o teclado dava como sugestão termos sexuais, ou como aconteceu também com determinado navegador da internet, que ao buscar por “Garotas negras” ou “Mulher negra dando aula” resultava em conteúdo pornográfico.
Referencias: