Apenas negros sofrem racismo?
Quando se fala em racismo no Brasil a primeira coisa que se pensa, é a respeito da discriminação racial em relação a pessoas pretas, todavia o preconceito racial se expande também a amarelos (asiáticos, japoneses, chineses e coreanos) e indígenas.
Entretanto, no Brasil apesar dos povos indígenas serem considerados os primeiros a viverem nestas terras, o racismo contra esses povos é banalizado, não é discutido e visibilizado como deveria. Uma forma bastante comum de racismo contra os povos indígenas segundo a Revista Direito e Praxis é a fossilização da cultura indígena como algo imutável e parado no tempo. Como consequência, se um indígena é visto utilizando um celular ou escrevendo um livro, vai receber desde os comentários supostamente inocentes, mas profundamente racistas, como “você não parece índio”, até acusações diretas como “não é mais índio”, ou é “ex-índio”.
O racismo contra asiáticos também é banalizado e normalizado, não só no nosso país, mas também em todo o mundo. Segundo a Revista Veja, o racismo contra asiáticos é um problema que não para de crescer nos Estados Unidos. Entre 19 de março de 2020 e 28 de fevereiro de 2021 foram registrados 3.795 relatos de incidentes que variam de comentários racistas a ataques violentos contra asiáticos — 42,2% deles de origem chinesa; 14,8% de origem coreana.
Como foi dito, o racismo possui diferentes “faces”, não é apenas contra pessoas pretas, como também indígenas e amarelas, e todas elas são atingidas pelo conhecido “racismo algorítmico”. O racismo algorítmico ocorre quando algoritmos discriminam imagens ou qualquer conteúdo digital de pessoas negras ou não-brancas. O racismo cometido pelas pessoas passou a ser refletido nos algorítmicos e consequentemente nas plataformas digitais e inteligências artificiais. Esse cenário é fruto claro da sociedade racista na qual vivemos, que foi capaz de transmitir todos os seus preconceitos aos softwares e ambientes virtuais.
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