Assédio e importunação sexual chega à vida virtual e não poupa sequer as IAs
Em agosto de 2018 a mascote virtual da Magazine Luíza “se pronunciou” em sua conta no twitter a respeito dos assédios que vinha sofrendo no ambiente virtual. Mensagens desrespeitosas, insinuações e propostas indecentes são alguns dos absurdos com que a vendedora digital precisa lidar. Lu não é uma exceção, assim como ela, várias assistentes já relataram casos de assédio, entre elas: Siri, Alexa e Nati.
A Unesco, em 2019, realizou uma pesquisa chamada I’d Blush If I Could (Ficaria Corada Se Pudesse, em português) que contribuiu para a construção do manifesto #HeyUpdateMyVoice (2020), constatou que a maior parte das IAs são programadas majoritariamente por homens que as programam para reagir de forma subserviente, passiva e tolerante à qualquer investida e interação humana.
Além de ser um desserviço às mulheres reais que sofrem com abusos, importunações, assédios morais e sexuais, as respostas amáveis das mascotes às mensagens sexualmente e/ou moralmente ofensivas reforçam a cultura do estupro, deseducam e contribuem para uma sociedade machista e doente onde homens se sentem no direito de realizar suas fantasias mais absurdas com mulheres e crianças independente do consentimento delas.
A “reação” desaprovadora de Lu da Magalu mostra o início de uma era de posicionamentos firmes e contrários à qualquer tipo de assédio às mulheres de todo o mundo.