Assédio Online
Segundo a pesquisa “Liberdade on-line? — Como meninas e jovens mulheres lidam com o assédio nas redes sociais virtual”, 58% sofreram algum tipo de assédio virtual, sendo que no Brasil esse índice subiu para 77%. A pesquisa ouviu 14 mil adolescentes e jovens com idades entre 15 e 25 anos em 22 países, sendo que 500 foram do Brasil. A frequência de assédios ser maior no Brasil pode se dar também ao fato de nosso país ser o segundo que mais acessa a internet no mundo.
Por causa desses ataques — que vão desde linguagem abusiva, vergonha do corpo, ameaças de violência sexual, constrangimento proposital até a comentários racistas e homofóbicos –, 19% das meninas reduziram ou deixaram de usar a plataforma onde aconteceram os abusos.
“Tirar as meninas dos espaços on-line é extremamente enfraquecedor em um mundo cada vez mais digital e prejudica sua capacidade de serem vistas, ouvidas e se tornarem líderes” comenta Cynthia Betti, diretora executiva da Plan International Brasil.
Os assédios vão além do ambiente virtual, gerando estresse mental e emocional com impacto na autoestima e mudança de comportamento na vida dessas jovens. Se instaurando o medo de dizer o que pensam.
O objetivo na pesquisa foi alertar as redes sociais para a necessidade de mudanças para maior proteção das usuárias. Então, a ong fez uma carta aberta para que seja possível discutir o problema e formular soluções em conjunto. A maioria das vítimas não denuncia por causa do suporte ineficiente dentro da plataforma. Algumas meninas relatam que, após denúncias, o agressor tem a possibilidade de fazer outro perfil e continuar com os ataques.
É necessário encontrar caminhos para que esses agressores sejam punidos, pois é preciso garantir a liberdade de expressão das meninas, é um direito. Sem essa liberdade, o desenvolvimento delas acaba tolhido dentro da sociedade.
A pesquisa foi realizada para a Plan International, pela Kantar e pela Ipsos entre 1 de abril e 5 de maio de 2020.