Inteligência Artificial auxilia no diagnóstico do autismo

Thaís Lago
TED/UNEB
Published in
2 min readJun 9, 2021

Para quem tem algum familiar ou conhece alguém que tenha TEA (transtorno do espectro do autismo) é notável a dificuldade em conseguir um diagnóstico rápido. Além do processo lento da identificação da presença de possíveis comportamentos, o atraso no tratamento pode prejudicar o desenvolvimento de habilidades e qualidade de vida do indivíduo e das pessoas que fazem parte da sua convivência.

Com essas dificuldades, a startup brasileira, de Florianópolis-SC, chamada CogniSigns, com apoio da empresa de eletroeletrônicos Samsung, decidiu desenvolver uma tecnologia que pudesse otimizar o diagnóstico em crianças, adolescentes e adultos. A psicóloga Andressa Roveda e o CEO da CogniSigns, Leandro Mattos, desenvolveram essa plataforma conhecida como V.E.R.A. (Virtual Empathic Robot Assistant, que em inglês significa Assistente Virtual de Robô Empático), baseada em neurociência e interligência artificial, para identificar tanto os comportamentos indicadores de TEA, como os de Superdotação. Andressa reforça a importância de compreender que através dessa inteligência artificial não é feito de fato o diagnóstico para o TEA, mas sim uma busca digital que auxilia de forma mais rápida, alertando o usuário na identificação da presença de possíveis sinais de TEA. Assim, o usuário se conscientiza de que precisa buscar ajuda de um profissional de saúde habilitado para esse caso, e os dados levantados na busca podem servir como ferramenta para médicos e especialistas durante o processo de diagnóstico e tratamento.

Para obter essa identificação, a plataforma realiza, de forma gratuita, um pré-diagnóstico online, onde a pessoa que está sendo examinada e os familiares ou responsáveis, se comunicam, como em uma rede social, com a assistente V.E.R.A., respondendo um questionário, por meio de um smartphone, tablet ou computador, com perguntas baseadas em protocolos de saúde internacionais e recomendados pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e pela SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria).

As perguntas feitas são sobre questões de rotina, reações quando a pessoa examinada é chamada pelo nome, insensibilidade a dor, imitações de reações de adultos ou como se sente quando algo não acontece de acordo com suas

expectativas. Com as respostas, é enviado automaticamente o resultado da possível existência de autismo.

Em seguida, ocorre a segunda etapa, que possui um custo que pode variar de acordo com o usuário (pessoa física ou jurídica). Nessa etapa, a pessoa que está sendo analisada deve se posicionar em frente a câmera do aparelho utilizado, clicando no botão iniciar e assistindo a um vídeo, assim, a assistente V.E.R.A. tem permissão para usar a câmera do aparelho, realizando o processo de reconhecimento de expressões faciais que emite um alerta caso a pessoa demonstre comportamentos específicos, e rastreamento ocular, gerando um mapa de calor que indica o direcionamento do olhar para os pontos de maior atenção visual. Com isso, V.E.R.A. disponibiliza o relatório para auxiliar os médicos no diagnóstico e tratamento do paciente.

Segundo Andressa, a empresa pretende avançar para outros campos relacionados a saúde mental, disponibilizando versões para estresse, ansiedade e depressão. A psicóloga também afirma estarem expandindo os estudos para aplicação em dislexia, transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), entre outros, e a urgência de fornecer essa ajuda para diversas regiões e para pessoas que mais precisam.

--

--