NFTs: Fraudes e o alto consumo de energia

Cláudia Ikeda
TED/UNEB
Published in
4 min readNov 29, 2021
Imagem por Tudocelular.com

Ao atribuir um valor a objetos que em sua maioria existem apenas no mundo virtual, os NFT’s têm sido um benefício para muitas pessoas, artistas digitais em particular, porém, alguns problemas vêm surgindo, dois deles são: as fraudes e o crescente consumo de energia.

• Facilidade de falsificações

Muitos artistas tem notado cada vez mais a facilidade que o sistema disponibiliza para fraudes, cada vez mais artistas vem tendo suas artes roubadas e sendo utilizadas em NFT’s. Como é o caso do artista Corbin Rainbolt que passou a excluir todas as suas obras de redes sociais e republicá-las possuindo marca d’água para prevenir que outros a transformassem em NFT’s.

Depoimento do artista Cobin Rainbolt em seu twitter sobre a fraude de NFTs utilizando seu trabalho artístico

Esse tipo de situação é um exemplo de como qualquer um pode dizer que possui propriedade sobre um arquivo digital; considerando que todas as transições dentro da blockchain são anônimas e imutáveis, uma vez que o golpista tenha acesso ao dinheiro ele pode simplesmente ter seu lucro sem nenhuma punição e partir para o próximo golpe, visto que, de acordo com o sistema, qualquer um que crie um NFT é o criador original e está sempre vinculado a obra dentro da plataforma.

Como dentro da blockchain todas as contas são anônimas, então, a menos que você conheça o vendedor, você não tem como confirmar que um usuário é autentico e tem domínio sobre a obra que ele está publicando, então sempre existe uma chance de uma obra ser falsificada, e no caso dela ser, a pessoa que a possuir sairá no prejuízo e não a pessoa que inseriu a obra no sistema.

Tal anonimato nas contas acontece principalmente por conta da plataforma ser extremamente descentralizada e não regulamentada, fazendo com que tanto não haja autoridade para quem você possa se queixar, quanto não haja um “criminoso” do qual você possa se queixar, e isso implica em outros problemas, estes sendo também problemas legais, pois é extremamente complicado aplicar leis a questões relacionadas a blockchain, justamente por ser um sistema não regulamentado e praticamente anônimo.

Então acaba que os NFT’s, que deveriam ser tokens feitos para verificar a posse de um item, tendem a ser extremamente fraudulentos.

• Consumo de energia

Como quase tudo atrelado ao blockchain, o NFT acaba gastando uma quantidade muito grande de energia, isso se dá por um dos conceitos base ser o “Proof of work” que decodifica problemas criptografados para poder autenticar um NFT no blockchain, tais problemas ficam cada vez mais e mais complicados o que exige cada vez mais dos computadores, o que quer dizer que exige cada vez mais energia.

Para exemplificar, uma casa da classe média em suas atividades comuns por 1 dia e meio gasta a mesma quantidade de energia que uma simples transação no etherium, dado o alto número de transações que acontecem diariamente fica fácil entender o por que da quantidade de energia gasta ser tão alta.

Vale ressaltar que outras empresas como o instagram e youtube também possuem um gasto considerável de energia diariamente, porém tais empresas possuem uma base de usuários muito maior que a base de usuários de etherium, então se nós consideremos o fato de que as criptomoedas ainda não se popularizaram pelo mundo, podemos assumir que este consumo de energia tende a crescer cada vez mais.

Existem sim usuários que se importam com esse tipo de gasto de energia e se esforçam para poder diminuir impactos ambientais, como por exemplo os que praticam “green mining”, onde tais usuários utilizam fontes de energias sustentáveis para realizar suas atividades, porém tais atividades tentam mais reduzir do que solucionar o problema. A longo prazo estes são sim problemas que podem ser resolvidos, porém infelizmente, até este momento, vem se mostrando mais e mais presentes por conta da quantidade crescente de novos usuários.

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