Novos horizontes da blockchain: Fan Tokens (FTOs)

Cláudia Ikeda
TED/UNEB
Published in
4 min readNov 29, 2021
Fan Tokens — Imagem por fantoken.com.br

Nos últimos anos várias indústrias estão explorando as inúmeras possibilidades da blockchain. Em evidência, a indústria do entretenimento: cineastas, desenvolvedores de video game, músicos, artistas e afins. Esses estão sempre procurando formas de realçar a experiência do consumidor. Afinal, quanto mais satisfeito, mais ele irá interagir, engajar e consumir o produto e/ou a plataforma.

Dito isso, não é surpresa o advento dos fan tokens ━ também chamados por FTOs ━ dos clubes de futebol nos últimos meses. Visto que, considerando o cenário da pandemia, as interações do público com os clubes foram reduzidas significativamente pela impossibilidade de torcer presencialmente, tendo essas interações majoritariamente de forma online ou pela TV. Assim, os FTOs surgem como a maneira desses clubes manterem a interação e o engajamento dos torcedores, além de serem uma outra fonte de faturamento.

A erupção desse criptoativo surgiu quando o jogador Lionel Messi assinou contrato com o Paris Saint-Germain e a mesma afirmou que o jogador receberia certa quantidade de fan tokens como parte do pacote de boas-vindas. Ao indicar que o token seria um tipo de remuneração direta ao atacante, o criptoativo logo recebeu relevância e credibilidade. A ocasião serviu como marketing e fizeram o token do time francês dobrar de preço ━ de US$29 para US$ 58 em apenas dois dias.

Lionel Messi jogador de futebol argentino: a personalidade mais recente a ser associada às novas moedas digitais — Imagem por Sarah Meyssonier, divulgada no site Agencia Brasil.

Ainda sim, o cenário de fan tokens não é exclusivo para os clubes europeus, os clubes brasileiros também estão entrando nessa epidemia de criptoativos. Corinthians, Atlético Mineiro, São Paulo, Flamengo e mais recentemente o Santos, são alguns clubes que estão nesse mercado. Entretanto, ainda há outros clubes que já mostraram interesse neste mercado emergente. Todos esses clubes fazem parceria com a plataforma Sócios.com, com exceção do Santos que faz uso da Binance. De acordo com vice-presidente de comunicação e marketing do Flamengo, Gustavo Oliveira, o contrato com a Sócios.com é de 4 anos e meio.

Mas, afinal, o que é Fan Tokens (FGTOs)?

Os fan tokens são ativos digitais emitidos na blockchain; mais especificamente são um token de utilidade, produzido para promover acesso a serviços ou produtos de empresas filiadas à alguma plataforma. Ao adquirir um token, dependendo de qual clube e/ou plataforma, o usuário consegue receber algumas vantagens, entre elas: acesso a diversos recursos, prêmios, sorteios, votação em enquetes, entre outras coisas mais. Na plataforma Sócios.com, por exemplo, quanto mais tokens o torcedor tiver, mais influência terá nas decisões do clube.

Fan Tokens — Imagem por Passionateinmarketing.com

Além disso, também há a possibilidade de compra e venda, pois tem valor de mercado que flutua conforme oferta e demanda, ditada pelos usuários. Ou seja, é possível adquirir um token e logo após vendê-lo, pois esse criptoativo segue o mesmo modelo dos NFT ou Bitcoin: enquanto tiver alguém para comprar, o valor irá subir e vice-versa. Entretanto, é importante deixar claro que os fan tokens não podem ser usados como pagamentos, pois não são criptomoedas. A única finalidade desse criptoativo é para ser usada nas plataformas dos clubes específicos. É possível a troca e venda, porém limita-se nisso.

Para obter os tokens é necessário, primeiramente, investimento em dinheiro real (dólar, reais, etc) para a compra da criptomoeda da plataforma em específico. A Sócios.com, na qual tem a maior quantidade de clubes, usa-se da sua própria moeda, a Chiliz (CHZ). Ao obter essa moeda na sua carteira, é possível comprar os tokens do clube de preferência e aproveitar as vantagens.

Por fim, é necessário ter em mente que, como qualquer criptoativo negociável, eles também sofrem com a extrema vulnerabilidade à volatilidade do mercado, como foi visto no cenário citado anteriormente com o PSG e o jogador Lionel Messi, onde o token foi extremamente valorizado em um curto período de tempo. Sendo um investimento de grande risco caso o seu intuito seja apenas da revenda e troca.

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Escrito por Gabriela Guimarães

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