Plataformização

A plataforma é um meio usado para atrair usuários, dando a eles a sensação de poder, de independência, de liberdade, fácil interação entre os usuários finais por ser algo aberto, simples e eficaz de utilizar, porém, o que eles não deixam transparecer é o que tem por trás de tudo isso, as plataformas levam aos usuários a se sentirem dependentes desta ferramenta para tudo, principalmente para fins lucrativos, porém é ofuscado quais são os reais modelos de negócios e infraestruturas tecnológicas por trás dessas plataformas. Os softwares são reprogramáveis e giram em torno da coleta e processamento sistemáticos de dados dos usuários.

A plataforma é um mercado de dois lados(usuários finais e complementadores), onde a pesquisa em negócios e estudos de softwares se complementam para o desenvolvimento desse mercado auxiliando também na arquitetura dessas plataformas, exatamente pelos softwares serem reprogramáveis é que as plataformas estão em constante mudança, moldando diversas vezes interações personalizadas entre os usuários finais, nesses softwares é utilizado o processamento de algoritmo, coleta de sistematização e de dados.

Segundo a autora Helmond, a plataformização é “penetração de extensões das plataformas na Web e o processo no qual terceiros preparam seus dados para as plataformas”, onde os objetos de estudos deles são interfaces de aplicativos que permitem a transferência de dados com terceiros, que no caso são complementadores.

Os estudos na área de negócios visualizam as plataformas como unidade de análise para obtenção de vantagens nos mercados multilaterais, para as empresas dessas plataformas uma das vantagens são os efeitos de rede, tem 2 tipos os efeitos de rede direto que surgem quando o benefício da participação de um usuário na rede depende do número de outros usuários da rede com os quais ele pode interagir, e tem os efeitos de redes indiretos “lados diferentes de uma rede podem se beneficiar mutuamente do tamanho e das características do outro lado”.

O processo de plataformização está separado em 3 dimensões institucionais: infraestrutura de dados, mercados e governanças. A plataforma tem uma reorganização de cultura baseado nas plataformas, as atividades coletivas determinam o fim ou o contínuo de uma plataforma.

As práticas e pensamentos sociais são organizadas dentro da plataforma, interferindo na estrutura de governança, nos mercados e estruturas de governança e também nas hierarquias sociais de gêneros no trabalho digital, sendo as mulheres as mais prejudicadas. E dentre a hierarquia de classificação racial os mais prejudicados são os negros.

Conclui-se que a plataformização transforma os principais setores da sociedade, e que as mudanças nas infraestruturas, governanças, relações de mercados se moldam as práticas culturais, sendo todos esses aspectos citados acima interligados ao estudo de softwares, área de negócios, economia política e estudos da cultura.

Para ler mais sobre o assunto acesse: Vista do Plataformização (unisinos.br)

Escrito por: Alana Cristine