Sam versus Q — Novidades em Assistentes de Voz

fulanoscópica
TED/UNEB
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2 min readDec 30, 2020
Bandeira Orgulho Não Binário

Após os relatórios obtidos pelo estudo I’d Blush If I Could, da UNESCO, o qual se refere à misoginia presente na dinâmica de criação e utilização das assistentes virtuais, que são todas representadas pelo gênero feminino, pesquisadores do Accenture Labs e do CereProc se uniram para criar uma voz de IA não binária: Sam.

Sam é a primeira solução de voz digital não binária baseada em IA, fornecendo representação para pessoas queer e desafiando outras assistentes, a exemplo de Siri e Alexa (e tantas outras representadas pelo gênero feminino), que são programas para reforçar a misoginia a partir de respostas tolerantes e subservientes. A criação de Sam visa romper com preconceitos.

Os pesquisadores também estão trabalhando com a Heriot-Watt University para ver como os assistentes de voz podem ser projetados para reduzir as questões de preconceito de gênero. Para incentivar as empresas a usar a voz de Sam, materiais foram lançados para a comunidade de código aberto.

Enquanto cria-se, de um lado, um assistente virtual não binárie, de outro existe a criação de um assistente virtual sem gênero, porém fundamentado na mesma problemática do primeiro: a misoginia no ambiente tecnológico.

Q é um assistente virtual sem gênero, projetado em 2019, tendo como referência vozes de pessoas diversas, gerando uma combinação neutra de frequências que foge ao binário feminino-masculino.

A partir de pesquisas que apontaram maior preferência dos usuários de assistentes de voz por escutar uma voz masculina ao emitir comandos e uma voz feminina ao oferecer ajuda, o coletivo responsável pelo desenvolvimento de Q objetiva chamar a atenção dos gigantes da tecnologia para o impulsionamento da diversidade e da inclusão nas empresas.

[…] independentemente do sexo do ouvinte, as pessoas normalmente preferem escutar uma voz masculina como uma autoridade que dará a resposta para seus problemas. Mas quando precisam de ajuda, a preferência é por uma voz feminina, para dar a impressão de que o usuário resolveu o problema por conta própria. “Queremos que a tecnologia nos ajude, mas queremos ser os chefes dela, então é mais provável que optemos por uma interface feminina”, escreveu Jessi Hempel, autora da publicação.

Fontes:

https://poenaroda.com.br/pop/sam-assistente-de-voz-nao-binarie/ https://mundomaistech.com.br/inteligencia-artificial/conheca-q-o-primeiro-assistente-de-voz-sem-genero/

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