No Brasil, proporção de mulheres pedalando com bicicletas compartilhadas é seis vezes maior que entre ciclistas em geral

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5 min readMar 15, 2023

O estudo Micromobilidade no Sul Global mostra ainda que a diferença pode chegar a até 12 vezes em algumas cidades

Foto 1 — Tembici (2022)

Os sistemas de bicicletas compartilhadas (SBCs) são mais do que um serviço de mobilidade urbana, são um importante instrumento para melhorar a qualidade de vida das pessoas. A maioria das cidades que são consideradas referência em qualidade de vida atualmente possuem um ou mais SBCs em funcionamento. Nesse contexto, destaca-se a Tembici, a maior operadora de bicicletas compartilhadas da América Latina em termos de número de sistemas, quantidade de bicicletas disponíveis e volume de viagens realizadas.

O estudo Micromobilidade no Sul Global, publicado em 2022, traz uma análise abrangente dos dados coletados entre janeiro de 2019 e dezembro de 2021 referentes aos sistemas operados pela Tembici no Brasil, Argentina e Chile. O objetivo principal do estudo é caracterizar a atuação da empresa nesse contexto e apresentar números que evidenciem a relevância da Tembici na promoção da mobilidade urbana sustentável na América Latina. Conhecer a Tembici, portanto, é fundamental para entender como a bicicleta compartilhada tem se tornado uma alternativa viável e eficiente de transporte nessa região do mundo.

Neste artigo, publicado no Dia Internacional da Mulher, foi apresentado uma reflexão sobre os desafios enfrentados pelas mulheres na mobilidade urbana, bem como o papel das bicicletas compartilhadas e a necessidade de políticas públicas para melhorar a qualidade dos deslocamentos urbanos realizados por elas.

Já o estudo Micromobilidade no Sul Global, oferece uma análise detalhada sobre as características de uso da bicicleta e do perfil dos usuários, mostrando que apenas cerca de 7% das pessoas que usam bicicletas no Brasil são mulheres. No entanto, quando se trata de sistemas de bicicletas compartilhadas, as mulheres representam 40% dos usuários.

Imagem 1 — No Brasil, mulheres pedalando com a tembici é 6 vezes maior do que entre ciclistas de modo geral

Ao falar em democratizar o acesso às bicicletas, existem diversos desafios relacionados ao incentivo do uso de modais sustentáveis. Quando as mulheres são incluídas na discussão, esses desafios se tornam ainda mais complexos. Em um país em que mais da metade da população é composta por mulheres, elas representam menos de 10% dos ciclistas em grandes cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Recife. Essa discrepância de gênero chama ainda mais atenção quando observamos a adesão das mulheres aos sistemas de bicicletas compartilhadas.

Imagem 2 — Proporção de mulheres pedalando com a Tembici e entre ciclistas no geral

Isso indica que os sistemas de bicicletas compartilhadas têm um papel importante na promoção da mobilidade feminina em países sul-americanos, onde a bicicleta é frequentemente vista como um meio de transporte pouco seguro para mulheres. Com isso, a Tembici se destaca como um importante agente de transformação da mobilidade urbana na América Latina, promovendo maior equidade de gênero no acesso a modos sustentáveis de transporte e contribuindo para a construção de cidades mais inclusivas e sustentáveis.

Para explicar a maior presença de mulheres pedalando bicicletas compartilhadas, é importante destacar a influência de fatores como a localização das estações, que são estrategicamente instaladas em locais de grande movimentação, bem iluminados e próximos a infraestruturas cicloviárias e outros meios de transporte, proporcionando uma maior sensação de segurança. Além disso, a praticidade de retirada e devolução em estações fixas e a ausência de preocupações com a manutenção das bicicletas também contribuem para essa maior adesão das mulheres aos sistemas de bike sharing.

É importante ressaltar que essa realidade não é exclusiva do Brasil, mas também pode ser observada em países como o Chile, onde a Tembici também atua, e onde as mulheres representam apenas 3% das pessoas que pedalam no ciclismo em geral, enquanto nos sistemas de bicicletas compartilhadas esse número chega a 35%, o que representa um aumento significativo de mulheres pedalando.

A bicicleta compartilhada também é um agente de geração de renda, sobretudo para entregas de e-commerce e de comida. Este segmento de usuários é formado por um público menos favorecido, economicamente marginalizado. Essa população encontrou na bicicleta uma forma de gerar renda e,consequentemente, movimentar a economia. A Tembici atende a esse público com projetos feitos sob medida para as suas necessidades.

Bicicleta compartilhada como geração de renda

Imagem 3 — proporção entre gêneros para o uso da bicicleta compartilhada como gerador de renda

Ao analisar a presença de mulheres no segmento de delivery, constata-se uma disparidade de gênero entre os entregadores. Em algumas cidades, como indicado pela Tembici, o número de mulheres usuárias do serviço de delivery é maior do que a proporção total de entregadoras. No entanto, um estudo da Aliança Bike realizado em São Paulo mostra que as mulheres representam apenas 1% do total de ciclistas que fazem entregas na cidade, enquanto as que utilizam as bicicletas compartilhadas da Tembici representam 19% dos ciclistas entregadores.

Diante desses dados apresentados neste artigo, é evidente a importância de incentivar a participação feminina na mobilidade urbana e de promover políticas públicas que garantam a segurança e a acessibilidade das mulheres nesse contexto. As bicicletas compartilhadas podem ser uma solução eficiente e inclusiva para a mobilidade urbana, mas é necessário que sejam implementadas medidas que assegurem a igualdade de acesso e oportunidade para todas as pessoas.

Metodologia do estudo

Além de questionário respondido por 5.700 pessoas do Brasil, Chile e Argentina a produção do estudo contou com múltiplas metodologias de pesquisa que foram: Desk research com sistemas de bicicletas compartilhadas LATAM, análise de dados secundários e administrativos e dados de pesquisa realizada pelo Itaú Unibanco em parceria com o Cebrap.

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