Poemas involuntários
Submersa em um amontoado de mim
Há tanto caos e tanta vida.
Raizes rompendo a relva
Há tanto caos e ventura aqui dentro
Há tres dias chove em mim
- ao norte do meu coração.
A oeste um vento seco corta-me o rosto
Um deserto pluvial habita o meu corpo
O barulho lá fora limita minha consciência
faz protesto para os que desejam se sentir vivos
O tempo anda fazendo barulho dentro de mim
gritanto rotas e sentidos que não consigo auscultar
No meu silêncio ranjo os dentes como se algo inesperado e feroz pudesse sucumbir o instante de vida que faço resistir.
No meu coração é outono
No hemisfério norte primavera
Ouso preocupar-me demasiado com a gritaria externa que insiste em cigarrear no meu coração
É estupido pensar numa vida sem barulho
demasiado me incomoda o som das cornetas não celestiais
Quero aproveitar o silêncio do outrono, mesmo que as flores da primavera cantem
A cada palavra, ser absoluto silêncio