A interação nos APPs de relacionamento

Jeferson Luiz
Tendências Digitais

--

Com a tecnologia presente em todo o mundo, a era digital acontece com força expressiva, trazendo diversas maneiras de interação e proximidade das pessoas entre si, essa última ainda com diversas discussões. Entretanto, podemos afirmar que, quanto se trata de comunicação social, temos um vasto repertório de aplicativos e plataformas online, que cumprem essa função muito satisfatoriamente entre seus os usuários.

Utilizados no mundo todo por uma grande quantidade de pessoas, esses aplicativos de relacionamento não apresentam exatamente uma proposta inovadora de interação entre as pessoas (há exceções), mas apenas opções no encontro de pessoas, abordadas de formas diferentes entre cada aplicativo, como exemplos: a distância, gostos em comum, características físicas dos usuários, entre outros. As possibilidades são criadas pelos próprios usuários, baseados em suas necessidades e vontades no momento. Apoiado nesse conceito e tema, foi desenvolvida uma pesquisa de campo visando conhecer, entender e encontrar mudanças no comportamento de pessoas usuárias desse tipo especifico de aplicativo, os chamados aplicativos de relacionamento. Para realizar a pesquisa de campo foi utilizado o formato de questionário na coleta de informações.

A partir da pesquisa, foi identificado que grande parte das pessoas utilizam aplicativos de relacionamento para diversos fins. Mas na maioria dos casos, foi observado que os usuários deixam de conversar apenas virtualmente, e passam a encontrar pessoas com as quais elas tiveram contato pelos aplicativos. Ao analisar as respostas, foi possível observar que a carência pode ser um fator comum na hora de utilizar um aplicativo, uma vez que muitos relataram utilizar essas mídias apenas para conversar com outra pessoa, que nos leva a identificar um problema na comunicação dessas pessoas e na falta de interação delas no mundo real, que resulta na utilização dos aplicativos como uma fuga e solução para a falta de diálogo que as afetam. Isso também pode ser analisado, a partir da quantidade de pessoas que declararam ter uma maior facilidade no desenvolvimento de uma conversa utilizando aplicativos, embora esse fator não seja relativo a maioria dos entrevistados, isso ainda é a realidade comportamental de parte dessas pessoas entrevistadas.

Foi possível identificar também que, cada vez mais pessoas fazem uso dos aplicativos na busca por sexo casual, que consiste em encontros com finalidade sexual, sem ou com o mínimo de vinculo possível entre os parceiros, tanto antes como principalmente após a relação. Isso demonstra uma facilidade de acesso ao sexo, que pelas experiências aumenta a segurança e confiança dos usuários com relação ao corpo, resultando em uma boa autoestima e também, evidencia um desapego emocional que, neste caso, é praticado frequentemente. Esse tipo de comportamento é bastante interessante, já que o sexo ainda é considerado e tratado como um tabu por grande parte da sociedade. Porém, dentro dos aplicativos, o tema recebe uma abordagem mais segura, livre de inibições e sendo até banal entre a maioria dos usuários.

Foi descrito também, por grande parcela dos participantes, que muitos haviam desenvolvido relacionamentos e amizades ao utilizarem esses aplicativos, mas alguns tiveram seus términos motivados pela mesma coisa que os tinha unido, os aplicativos. Muitos casais não sobrevivem aos aplicativos, por eles facilitarem o que for que a pessoa busque, e conduzindo assim, algumas pessoas à uma eminente traição. A partir de toda a analise, foi concluído que os aplicativos auxiliam e modificam o comportamento das pessoas em diversas maneiras, de acordo com a finalidade e necessidade do usuário para/com o aplicativo. Esses indivíduos tendem a agir mais descontraídos e desinibidos no meio digital que os aplicativos de relacionamento fornecem.

--

--