Espaço amplo nas interfaces digitais

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Tendências Digitais
4 min readAug 28, 2016

Desde o início do desenvolvimento das interfaces digitais, a utilização do espaço sempre teve que ser algo muito bem pensado, tendo em vista as escassas possibilidades, tanto de suporte de exibição da interface (a tela) quanto de inputs de mensagem (a informação exibida).

Evolução da tela de tecnologia mobile, proposta por Theo Priestley

Com o desenvolvimento científico e tecnológico, os desafios de limitação se apaziguaram e outros, de exploração do espaço, surgiram: como organizar a informação dentro de uma tela maior, o que deve ser priorizado e que tipo de expertise o designer deve considerar olhando para trás, para a evolução da interface digital.

A inserção do designer também aconteceu de forma gradual, e os sites do início da internet (circa anos 90) escancaram esse fato, pois são exemplos de falta de hierarquização e escolha consciente dos elementos que compunham a interface. Grande parte disso se deve ao fato dos primeiros usuários da rede mundial de computadores serem técnicos, intusiastas e engenheiros de tecnologia. A resolução das imagens deveria ser baixa, os códigos de programação ainda eram bastante básicos e tudo no geral não flexibilizava a exploração da interface de maneira eficaz e satisfatória.

Site do Yahoo! em 1988

Contudo, atualmente a realidade é bem diferente. Os modelos mentais de interação com a interface digital mudaram muito, seguindo os rumos da tecnologia que suporta a dita interface. Temos, por exemplo, noção de construção vertical e horizontal da página da web, pois já estamos habituados à navegação por rolagem multi direcional do conteúdo, e a possibilidade de preencher o espaço com elementos gráficos e espaços de respiro cada vez maiores.

Analisando rapidamente a construção gráfica dos websites atuais, é interessante notar certas tendências, como a tipografia grande, imagens que cobrem a tela inteira, divisão temática por sessões ou abas (conforme rolagem ou navegação segmentada por página), grandes áreas vazias, as quais evitam distração e dão foco ao conteúdo, um gride bem mais flexível e diversificado, além da interface adaptativa, que permite a reorganização dos elementos segundo o tamanho da tela do usuário.

Site de headphones da B&O.

Esse espaço amplo tem sido extensamente usado na atualidade. Com os elementos de interação bem espaçados e posicionados, o usuário se perde menos dentro da interface e compreende melhor o funcionamento e a coerência do site. De maneira subjetiva, é possível observar um apelo mais artístico nesse tipo de abordagem que dá prioridade à imagem, transformando inclusive os elementos textuais em apoios imagéticos na composição do todo.

A falta de interferências e excesso de elementos passa também pelo design emocional. Esse tipo de interface é mais limpa, transpassa calma e leveza.

Além disso, a maioria das tendências gráficas dos websites são vistas também nas interfaces da tecnologia mobile. A simplicidade e minimalismo nessas novas propostas reforçam a máxima do renomado designer de produto Dieter Rams, de que “menos é mais”.

Interface do aplicativo da loja online NOVA.

A interface digital é o que é graças ao designer, que desenvolveu tais espaços segundo critérios de usabilidade e arquitetura da informação. Essas diretrizes sofrem influência de certas tendências de outros campos de conhecimento, como as cores da moda contemporânea e o modelo mental dos usuários, que muda muito conforme o tempo avança e a tecnologia lança novas possibilidades e desafios.

É importante estar consciente do que desenvolvemos de bom hoje e de onde evoluímos durante os anos da ascensão do digital para construirmos as futuras interfaces digitais com eficácia, eficiência e satisfação sinestésica.

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