Conexão Neural com Máquinas

Giovanni Campos
Tendências Digitais
5 min readApr 11, 2018
Anime: Ghost In The Shell, Fonte: Google Imagens

As conexões neurais com máquinas são uma tecnologia que estão a poucos passos de se tornar realidade. Porem, já faz um tempo onde as animações japonesas (ou animes), eram e ainda são visionárias quando se fala na questão de tecnologia em relação ao ser humano.

“Evangelion” e “Gundam Iron Blood Orphans”, que utilizam conexões tecnológicas para com o cérebro, para melhorar a união de homem e robô, gerando um melhor controle e movimentação de forma “orgânica” da maquina. Porém isso vem com um custo. Enquanto em Evangelion os Evas podiam ser pilotados apenas por certas crianças, estas deveriam ter uma conexão neural forte com o robô para que ele não saísse do controle. Já Gundam trás pilotos que tinham que sofrer uma forte cirurgia em sua coluna vertebral para interligar seus terminais tecnológicos ao cérebro e então conectá-los aos robôs, por isso alguns futuros pilotos não sobreviviam ao procedimento.

Anime: Gundam Iron Blooded Orphans, Alaya Vijnana System

Em outro anime, temos como exemplo algo mais além, a consciência humana transplantada em um robô, dando nome a animação “Ghost in the Shell” ou Fantasma na concha.

Anime: Ghost In the Shell, Fonte: Google Imagens

Fazendo pontes com a realidade, a cada dia vemos tecnologias que pareciam algo exclusivo de filmes e animações de ficção cientifica que estão entrando em nosso cotidiano. Os componentes atuais em PCs são mouses e teclados para utilizar da interface, porém as tecnologias de reconhecimento de voz ou movimentos estão cada vez mais comuns. Atualmente, um computador já pode rastrear o seu olhar, mostrando em que direção seu usuário olha, com todas estas partes o próximo passo está em nossa frente, à conexão total, ou neural com as máquinas.

O empresário Elon Musk, fundador da companhia de carros elétricos Tesla e do programa espacial SpaceX, está explorando este evento de conexão cérebro maquina, fundando a empresa chamada de “NeuroLink”.

Mas como isso começou? Os primeiros conhecimentos teóricos mostram que começou na Russia, com Sechenov e Pavlov , que são os pais da teoria do reflexo condicional. Porem suas aplicações pratica só começaram em 1970, onde cientistas tentaram injetar sensores nos corpos de chimpanzés para “controlar suas vontades”, e realizar certas ações, e sim deu certo. Porem a tecnologia da época não favorecia, para comportar e fazer tudo funcionar foi feita uma “maquina mente”, um conjunto de componentes eletrônicos que ocupava toda uma sala.

Mas como Funciona? Bem o sistema humano gera, transmite e processa sinais eletroquímicos em diferentes partes do corpo. Portanto essa parte elétrica pode ser “lida” e “interpretada”.

Com isso temos um grande cientista Brasileiro, Miguel Nicolelis, líder do grupo de pesquisadores da área de Neurociência na Universidade Duke (Durham, Estados Unidos), no campo de fisiologia de órgãos e sistema. Seu maior objetivo é integrar o cérebro humano com máquinas, sejam elas por próteses para reabilitação de pacientes que sofreram alguma paralisia corporal, ou interfaces cérebro-computador. Nicolelis juntamente com sua equipe é responsável pela descoberta de um sistema que possibilita a criação de braços robóticos controlados por sinais cerebrais.

Mas para fazer essa conexão, existem algumas maneiras diferentes, como: Coletas de sinais por ressonância magnética, mas os equipamentos são muito volumosos. Usar líquidos marcadores, mas que são nocivos a saúde, e os sensores neurais.

Mas focando na parte de interfaces cérebro — maquina diretamente, onde podemos mandar e receber certos sinais, lidando e utilizando de diferentes partes de nosso sistema neural, temos diferentes tipos de sensores que variam de acordo com a imersão, são eles:

· Sensores não-submersos: os eletrodos ficam na superfície da pele.

· Sensores metade submersos: os eletrodos ficam na superfície do cérebro ou perto de nervos.

· Sensores submersos: os sensores são implantados diretamente dentro do cérebro ou nervos.

Para garantir melhor qualidade do sinal, às vezes são utilizados certos líquidos especiais, nisso podemos fazer relação à Evangelion novamente, onde a cápsula do piloto ficava 100% preenchida de um liquido especial e os pilotos até tinham que ingerir parte daquele liquido para melhor conexão com seu robô.

Os usos são variados, desde a parte medicinal, que creio ser a parte principal, com os procedimentos para coleta de dados e diagnósticos, e os projetos e pesquisas das neuroprotéses, para religar nervos rompidos e até mesmo a movimentação de uma prótese robótica por sinais nervosos.

Nesta parte de uso até os jogos acabam entrando, fazendo uma ponte além, temos uma empresa japonesa pesquisando o funcionamento do cérebro, para melhor entende-lo e colocar o jogo Swort Art online a vida:

Mas, essas interfaces neurais no futuro não afetaram o lado ético? Em relação a segurança da informação? Só o tempo dirá, mas devemos ter em mente que tais peças tecnológicas precisam ser protegidas.

Nós não estamos falando de um futuro tão distante, quando as interfaces neurais diretas serão onipresentes. Imagine que ao usar implantes para melhorar a sua capacidade de visão ou audição, alguém usará spams com anúncios visuais ou auditivos ou até mesmo transmitir informações falsas para atrapalhá-lo.

Pode soar até estranho, mas com o ritmo de evolução da tecnologia, os aparelhos neurais e seus danos colaterais poderiam ser um problema que viriam mais cedo do que o esperado.

Como foi dito antes, o cérebro é um dos maiores enigmas do mundo com seu funcionamento. Sempre foi fonte de diversas suposições e histórias, levando a imaginação humana a pensar no futuro e em pontos de como entender tal órgão. Sobre esta questão de entendimento do cérebro humano, trago o Anime Akira, que além de suas criticas sociais, nos mostra uma humanidade ansiando por evolução e mudança, encontrando uma fonte de poder em alguns indivíduos que os levariam a evolução, mas isso sem o devido controle nos leva a catástrofe de um “reset” em parte da civilização. Alguns animes nos perguntam até onde a consciência a imaginação pode nos levar, e se isso mesmo, essa busca de evolução e adaptação não nos condenará.

Anime: Akira, Fonte: Google Imagens

Mais informações Sobre redes neurais:

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