Super Exposição
Expor nossa vidas pessoais na internet tem sido hoje em dia algo muito comum, principalmente nas redes sociais, é impossível entrar nunca rede social e não se deparar com alguma “selfie”, ou foto de algum momento da pessoa, muitas vezes com textos descrevendo o que estão sentindo naquele momento, ou o que fizeram naquele dia etc.
Mas até que ponto essa “exposição” pode ser real? o quanto é considerado exagero? e quais os benefícios de se expor tanto no internet hoje?
Essas são algumas questões que podemos levantar quando assistimos “O Círculo” (The Circle — 2017) em que um dos temas principais do filme é a discussão desse conceito de transparência de informações na internet, que também podemos relacionar com o tema discutido no filme “O Quinto Poder” (The Fifth Estate — 2013).
Muito se questiona sobre o quanto é considerado “normal” uma pessoa expor sua vida pessoal na internet e o quanto dessa exposição é verdadeira, pois, através dos meios disponíveis hoje, é muito fácil a pessoa simular uma vida que não condiz com a realidade dela.
Essa tendência, para muitos pode parecer fútil, é muito comum ver reações ruins como, pessoas que se deparam com uma foto de um “amigo” e reclamarem que a pessoa posta fotos demais, ou que as fotos são sempre no mesmo estilo, ou até mesmo duvidarem da veracidade da imagem à ponto de transparecer terem ficado com inveja.
Por outro lado, acredito eu que a maioria das pessoas, seguem a outra por justamente gostarem do conteúdo que ela tem a oferecer, pois muito dessa exposição permite que pessoas que não tem condições de presenciar ou vivenciar tal momento, possam pelo menos admirá-lo via foto ou vídeo e até mesmo pelos conhecidos “textões”. Esse é um dos argumentos presentes no filme “O Círculo” em que se encoraja o compartilhamento do dia-a-dia de uma pessoa para a admiração e conhecimento de outras que não podem viver aquilo.
De fato, seguindo essa linha de pensamento, essa grande exposição da vida da pessoa na internet pode beneficiar de muitas maneiras outras pessoas, trazendo informações e experiências de lugares que pessoas com deficiência, ou pessoas hospitalizadas não poderiam conseguir por conta própria, por exemplo, uma pessoa que não pode sair de casa, ter uma noção, mesmo que básica, de como é estar no pico de uma montanha, experimentando aquilo através de um vídeo em 360º que alguém gravou e postou numa rede social.
Mas como tudo na vida, essa prática tem seus lados positivos e negativos, assim como poderia ajudar o tratamento de uma pessoa com depressão por não poder sair de casa, essa prática também poderia causar depressão, por exemplo, numa pessoa que não tem condições de viajar para tal lugar, mas é constantemente bombardeada com conteúdo de pessoas viajando e aproveitando o lugar, pode parecer tolice, mas isso acontece muito hoje em dia.
Concluindo, a tendência é que seja exigido, se expor cada vez mais na internet, ficando a decisão de ou expor sua vida e se sentir pertencente e conhecido pelas pessoas, ou se isolar e praticamente deixar de existir. Porém, há sim muitas maneiras de se aproveitar dessa tendência para ajudar pessoas, mas ainda há muito o que ser discutido e desenvolvido para que essas práticas se tornem saudáveis e seguras.