Invasão de sonhos

Ravi Gandhi Blumenthal de Oliveira
Tendências Digitais
3 min readApr 19, 2017

Os sonhos são momentos únicos, misteriosos e atribuídos aos mais profundos sentimentos das pessoas, onde o consciente se encontra com o subconsciente.

O que aconteceria se a tecnologia nos permitisse um meio entrar em sonhos uns dos outros?

Paprika segurando o DC mini

É o que o “DC mini” faz em Paprika (2006). Na animação, o dispositivo é usado por uma psicóloga para testar uma nova forma de terapia que se faz através dos sonhos dos pacientes. O sonho pode ser manipulado e a psicóloga usa isso para encontrar os medos das pessoas e fazer elas enfrentarem esses medos.

Quais as consequências do uso dessa tecnologia?

Esse uso terapêutico mostrado poderia realmente existir, dado às teorias de psicanálise que acreditam na importância dos sonhos. Novas áreas da ciência iriam surgir para pesquisar a natureza dos sonhos.

A trama da animação se inicia quando o dispositivo é roubado do laboratório de pesquisa e passa a ser usado para controlar as pessoas implantando sonhos enquanto estão acordadas ao ponto de se matarem. Uma espécie de terrorismo que utiliza o sonho e o fato do nosso corpo poder se mover enquanto sonhamos, assim a pessoa que quer causar dano cria um contexto no sonho da vítima que se move em direção ao perigo.

Novas utilidades, novos perigos?

Dream Machine, do filme “A Origem”

Em A Origem, filme que se inspira na animação de Satoshi Kon, a tecnologia dos sonhos é usada por ladrões, contratados para invadir o subconsciente e roubar segredos importantes como memórias, idéias, senhas e informações.

Um outro uso, que seria provavelmente muito comum dos sonhos seria para viabilizar a criação de simulações VR (Realidade Virtual) perfeitas e indistinguíveis da realidade. Essa possibilidade, como já abordada diversas vezes em filmes e em Uma realidade paralela para a realidade virtual, levaria muitas pessoas a viver mais no mundo dos sonhos, ou virtual, e até deixando de viver no real ou misturando os dois mundos, como a confusão entre sonhos e realidade nas cenas de Paprika.

E tentativas práticas de fazer isso? Já existem? Em 2013 surgiram notícias de um estudo do computador lendo sonhos no Laboratório de Neurociência Computacional ATR em Kyoto, no Japão. Voluntários tinham a sua atividade cerebral lida e registrada durante o sono. Após isso, os padrões da atividade cerebral eram relacionados com imagens e significados segundo os próprios relatos dos voluntários. Esses dados eram usados para ler os sonhos (ou descobrir algumas coisas sobre ele) de qualquer outro voluntário enquanto ele dorme.

Enfim, as possibilidades dessa tecnologia são muito grandes e diversos usos nem imaginados poderiam surgir.

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