Micro Learning

Giovana Gamboa
Tendências Digitais
3 min readJun 3, 2017

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De 2000 para 2013, o tempo médio de atenção do ser humano caiu em 4 seg. Foram 13 anos de mudança tecnológica que nos minaram de audiovisuais com imagens rápidas, informações instantâneas a todo o tempo e interfaces automatizadas com feedback imediato. Os efeitos (até então desconhecidos) da tecnologia no nosso processo cognitivo chegaram, e reduziram nossa atenção para 8 segundos, 1 segundo a menos que a de um peixinho dourado. Entretanto, esse fato não é de todo ruim. Temos um período mais curto de atenção, mas com um atividade cerebral bem mais eficiente. E se chegamos à esse ponto, é porque já conquistamos artefatos capazes de suprir tarefas que antes dependiam apenas de nós mesmos.

Essa nova realidade influencia grandemente no modo que interagimos com o mundo ao nosso redor. São diversas ferramentas que compensam nossas dificuldades cognitivas, mas há certas atividades que não são facilmente substituídas. É o caso do método de aprendizado, que recentemente vem enfrentando sérios desafios por não se adaptar ao nosso processo cognitivo atual. Com base textual em grande quantidade, períodos longos, muita sobrecarga e fundamentada na memorização, o método de aprendizado atual já não faz mais sentido, e é aí que se baseia o micro learning.

O que é o micro learning?

O micro learning é um termo comumente utilizado no universo do e-learning, que consiste em transmitir o conhecimento em pequenas parcelas. Esse método, em conjunto com a internet e os smartphones, permite que o aprendizado ocorra a qualquer momento, e suprem o a necessidade de aprender rapidamente para acompanhar as constantes mudanças no mundo.

Apesar do micro learning estar presente nos vídeos curtos de tutoriais e informações que entulham as redes sociais, ou nos pequenos infográficos espalhados na web, é na interface de aplicativos de ensino em que ela é realmente aplicada.

O Duolingo, aplicativo de ensino de idiomas, ganhou grande visibilidade ao ensinar outras línguas de forma rápida, descontraída e acessível. Além das aulas serem divididas em pequenas etapas, com interações diversas e de fácil absorção, essas pequenas frações de conhecimento fazem com que o usuário tenha várias pequenas recompensas no decorrer do curso, ao invés de esperar por uma única, final e demorada gratificação.

Outro aplicativo que faz uso do micro learning é o Primer, produto da Google para ensinar marketing digital. Totalmente baseado nesse conceito, o Primer faz uso de cards (inspirados no material design) para cumprir a premissa de ensinar qualquer assunto em até 5 minutos. Os assuntos são divididos em tópicos, e estes em subtópicos, intercalados por quizzes e momentos de interação e input do usuário.

Primer e sua interface cheia de feedbacks visuais.

O diferencial do aplicativo do Google comparado ao Duolingo, é que em todas as etapas ele mostra um feedback sobre o andamento do curso, tanto pela barra progresso quanto pelo visual dos cards, em um esforço de manter o interesse do usuário durante todo o percurso. Além do ensino conteudista, o micro learning também pode ser aplicado para ensinar a própria interface, na forma de tutoriais que iniciam o usuário no aplicativo.

O micro learning vai além de um modelo de interação e se torna um método de ensino, já utilizado em treinamentos empresarias e alguns tipos de e-learning, em breve será expandido para setores mais tradicionais de ensino, como escola e faculdades devido ao seu potencial estimulador e motivador de engajamento dos estudantes.

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Giovana Gamboa
Tendências Digitais

Oi! Sou uma Product Designer apaixonada por resolver problemas através da tecnologia.