MNMLSM

Eric Figueira
Tendências Digitais
4 min readJun 5, 2018

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O minimalismo se refere a uma onda de movimentos artisticos, culturais e cientificos que aconteceram principalmente no século XX. O movimento consiste em fazer uso do minimo de elementos possiveis para representar apenas o suficiente e o mais fundamental na base da expressão. Em sua maioria, o minimalismo se refere ao lado visual e do design e arte.

Arte de Dan Flavin

Com influência no modernismo, o minimalismo na arte vem logo após o expressionismo abstrato nos Estados Unidos. Artistas como Dan Flavin, que usava tubos luminosos (como na imagem a esquerda) para modificar o arredor, fizeram parte do movimento minimalista na arte. Como movimento artistico, além de utilizar apenas o necessário e o fundamental, os artistas do movimento minimalista também buscavam ultrapassar os limites do que era aceito como suporte da arte: eles buscavam ir além da tela e tinta e esculturas. Esses artistas buscavam partir de estruturas bi ou tridimensionais que podem ser chamadas de “objetos” (ou ainda, “não-objetos”, dada a sua inutilidade) e eventualmente até o que poderiam ser chamadas de instalações.

Indo alguns anos para o futuro, o minimalismo “infectou” o Design, seja ele gráfico, de produto, de moda, ou o que chamamos de Digital. o design minimalista acaba por criar produtos baseados numa redução formal extremamente forte e no uso de cores neutras (ou mesmo ausência de cores).

Designers minimalistas acabaram então por abrir mão de certos aspectos, por exemplo, ergonômicos em prol da redução visual do produto. portanto podemos chamar o Design minimalista um exato oposto do design funcionalista, que favorece o uso acima da imagem e visual. Um exemplo de designer (de produto) minimalista que segue essa redução visual abrindo mão de ergonomia e funcionalidade é Philippe Starck, com por exemplo, seu famoso espremedor de frutas. (imagem abaixo).

Espremedor de furtas de Philippe Starck

Designers digitais seguem uma linha de pensamento parecida com essa que produto seguiu, porém com uma diferença signifcante: a redução visual não impede a ergonomia e funcionalidade, e muitas vezes funciona em prol da funcionalidade.

O minimalismo no design digital foca apenas no elementar e simples na arte. No sentido de interfaces e experiência do usuário, minimalismo muitas vezes é um fator que auxilia muito na ergonomia. A facilidade de manusear e de observar, sem muitas obstruções visuais e a capacidade de encontrar o que é procurado mais facilmente, vem do minimalismo. A evolução dos próprios usuários permite que a necessidade por realismo seja secundária no design digital, permitindo que os pictogramas mais simples sejam até mais compreensíveis do que uma descrição de uma imagem perfeita da realidade.

Evolução das telas de celulares da empresa Apple

A arte atual também é influenciada pelo minimalismo. Ilustradores e cartunistas fazem suas artes cada vez mais simples. Design de jogos ficam cada vez mais simples com jogos como “flappy bird”. Illustrações e cartoons como as de Alex Norris são tão minimalistas que quase não se pode considerá-las como representações de humanos.

Cartoon por Alex Norris

Já falamos de minimalismo na arte, arte digital, design digital e design de produto. Por ultimo, o Design Gráfico que em minha opinião é o que mais foi influenciado pelo minimalismo de uma maneira global nos dias de hoje.

Empresas gigantescas como a Microsoft, Coca-cola, Pepsi, e qualquer outra grande empresa que ainda tem influencia nos dias de hoje fez um “re-branding” algum tempo atrás para modificar sua marca pelo menos um pouco. Logos com aparente profundidade, degrades de cores, e até representações de movimento, foram “Minimalizadas” para se tornarem flat, com apenas suas cores básicas, para não desviar da marca anterior, e sem movimento algum. Empresas que fizeram essa mudança buscaram ter um visual mais “clean” e simples, o que significa que queriam um design seguindo a ideia do minimalismo. Abaixo está o melhor exemplo que pude achar da “minimalização” que foi ocorrendo com o tempo em uma marca famosa.

Esse “re-branding” minimalista foi além de apenas influenciar a marca visualmente, e chegou até a influenciar o nome das empresas, e como elas funcionam. Empresas começaram a tomar uma atitude mais “relaxada” em relações publicas, por exemplo.

Um bom exemplo de um rebranding que não mudou muito a marca, porém mudou o próprio nome (fictício, não jurídico) da empresa, é a Riachuelo, que passou a ser “RCHLO” em sua logo.

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