Namoradas Virtuais

Talissa Rodrigues
Tendências Digitais
5 min readApr 23, 2017

O amor é um tema universal. Por existir essa necessidade de convivência, afeição e carinho, muitas tecnologias já foram criadas para dar uma ajuda em encontrar o par perfeito. Mas existem uma tendência crescente arrumando uma solução alternativa, um pouco mais imediatista para os solteiros de plantão: as namoradas virtuais.

Estas, podem ser encontradas como simuladores de romance e podem ser divididas em três principais tipos: sites , aplicativos e os dating sim, gênero de games românticos. Recentemente, teve também o inovador lançamento de uma Assistente Holográfica, para homens solteiros: algo inédito que talvez não exista uma categoria técnica e que pode ser visto aqui.

Mas o como funciona esse tipo de “relacionamento”? Na verdade, o usuário poderá escolher e customizar o físico e a personalidade da pretendente, conversar por comando de voz e receber sugestões de atividades a dois, como por exemplo: ir ao cinema e tomar sorvete.

Vídeo mostrando um dos dating sim mais famosos: Love Plus

Como se pode ver acima, algumas namoradas virtuais apresentam modelos de personagens inspirados no estilo mangá e outros em algo mais similar a uma mulher real. No último caso, alguns serviços oferecidos não são respondidos por inteligencias artificiais e sim, por pessoas reais que podem simular o romance, enviando fotos ou até cartas, como no caso do Invisible Girlfriend.

Cogitar cenários onde se pudesse ter um relacionamento com uma garota de um game ou personagem, já estava no imaginário dos solitários a muito tempo. Foi materializada lá nos anos de 1992, com o anime Video Girl Ai. Nele, Youta, um rapaz solitário, ao tentar assistir uma fita cassete, tem a experiência surpreendente de ver a personagem sair da televisão e se materializar, despertando, inicialmente, um interesse amoroso.

Agora dando um pulo gigante, em 2011, o anime de comédia Gintama apresentou um capitulo chamado Episódio 228 — Amor Não é Plus nem Minus, clara referência ao dating sim Love Plus, do vídeo mostrado anteriormente. Nele, o personagem Shimura Shinpachi apresenta sua namorada a seus amigos e até divide um pedaço de bolo com ela. É importante dizer que, no fim de 2009 um rapaz havia chamado grande atenção pelo mundo, ao se casar com uma personagem desse jogo, deixando o assunto em evidência.

Gif do episódio 288, de Gintama

Em 2012, o episódio 5, da 2ª temporada de Gravity Falls, o persongem Soos aparece jogando um simulador de romances. Nele, uma garota chamada Giffany tenta conquistá-lo. Essa personagem realmente existe e pertence ao Dating Sim: Yandere Simulator.

Frame de Gravity Falls

Também foi comentado sobre o assunto, de forma mais séria, na série Dark Side. Nesta série, são explorados, como o próprio nome diz, alguns temas mais pesados que envolvem o digital e, logo no primeiro episódio, dentre as três histórias apresentadas, uma delas é documentado a vida de um homem que mantém um relacionamento virtual em Love Plus.

Série Dark Side

E o mais recente ainda, sobre o tema é a mini série indiana “A.I.S.H.A My Virtual Girlfriend”, que conta a história de um relacionamento entre um homem e uma inteligencia artificial e, enfim um exemplo de uma namorada que parece uma mulher de verdade. Algumas pessoas associaram a série com o filme Her, outro bom exemplo que explora o tema, só que na área cinematográfica.

O mais fácil, vendo esse cenário, seria concluir com a seguinte frase:“Tem louco pra tudo”. Mas os consumidores desses simuladores dão para justificar suas escolhas de preferirem uma namorada virtual são: pela certeza de que o relacionamento não passará por momentos de infidelidade e, principalmente, por não ter que carregar tantas exigências ou arcar com compromissos que um amor real traria. Mas, segundo o artigo de Juliane Picinini e Ângela Maria Bavaresco, publicado neste link, daria para interpretar que outros motivos explicariam porque as pessoas buscam relacionamentos virtuais, como a timidez, curiosidade ou algum relacionamento traumático que tire a capacidade de confiar no próximo.

Referências

--

--