Interfaces gráficas na cultura pop

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Tendências Digitais
3 min readNov 26, 2016

Os nossos sistemas operacionais são o intermédio entre a interação humano-computador. A seta que simula o dedo, o toque que simula o clique e o clique que avisa a nossa escolha pra máquina. Cada tarefa que realizamos em um desktop é discernida por janela. Cada função, um ícone diferente. E cada dispositivo com uma aparência própria e alternativa pra essas mesmas funções.

Se pararmos para compilar a quantidade de material gráfico que constitui o sistema operacional e como ele é importante na concepção do software, na usabilidade geral e na satisfação do usuário, é possível notar padrões e tendências artísticas nas escolhas gráficas dos desenvolvedores. E por isso a adoção de um software ou de outro está ligada a imediatas conexões sentimentais com o que vemos na tela, com a eficiência de um ícone, de uma interface.

Ao longo dos anos, nossa conexão com a cultura da internet foi tanta que o próprio debate das produções artísticas ficou abalado, pois deixava de lado a efervescência singular de uma linguagem que só o início do html e os primeiros editores gráficos propiciavam. Posteriormente, o dadaísmo, o vapowave, o glitch arte e até os memes foram manifestações artísticas que se apossavam de diversos elementos do contexto digital pra transmitir sua mensagem.

Tanto nos memes em WordArt como no uso do Windows 95 na arte do vaporwave, existe um apelo nostálgico na utilização desses elementos gráficos, que emergem de uma geração mais nova, a qual nasceu quando o computador começou a centralizar suas comunicações.

Na segregação Windows x Apple, a ligação sentimental que seus usuários mais fiéis têm com a cada elemento gráfico acaba passando despercebida no dia a dia comum, mas se manifesta claramente com a sensação de viagem no tempo que têm ao verem um computador ainda com Windows XP ou qualquer produto Apple com botões e ícones esqueumórficos.

Essa abertura popular à estética digital, filha da internet, propicia um olhar mais artístico para as escolhas na interface gráfica. Erros gráficos, como a tela azul e o glitch, atualmente dizem respeito à uma campo semântico que a maioria das pessoas está em contato, através dos seus smartphones ou computadores de mesa, por isso o forte poder comunicativo.

Com tantos produtos customizados com elementos do meio digital e contextos famosos das redes sociais, a oportunidade de exploração dessa linguagem se mostra muito promissora. Além disso, o designer que projeta e desenha essas interfaces, botões, ícones e etc, é cada vez mais contribuinte num acervo gráfico que no futuro, com a mudança dos valores estéticos, vão definir um recorte temporal caracterizado por essas escolhas. O software, assim como agregador de elementos para produção artística, se mostra também um conjunto artístico em sí mesmo.

Mochila estampada com diversos elementos da interface do Windows XP.

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