OpenWorld

Giovanni Campos
Tendências Digitais
4 min readJun 5, 2018
Fonte: Google Imagens, Jogo:”Hozrizon: Zero Dawn”

Por muito tempo, por questões tecnológicas, os jogos eram compactados e por sua vez lineares, focando em sua jogabilidade e narração continua, porem com o passar dos anos a tecnologia de processamento garantiu gráficos melhores aos jogos além de uma grande amplitude, somando isso com a vontade de imersão e liberdade dos jogadores, foi fortalecida a idéia dos Jogos de Mundo Aberto.

Mundo Aberto ou OpenWorld, um conceito onde o jogador pode se movimentar livremente em um mundo aberto, e lhe é dada uma liberdade considerável na escolha do que fazer, quando fazer e a ordem a serem feitas. O termo “mundo aberto” sugere a ausência de barreiras, sejam naturais ou invisíveis e telas de carregamento, comuns em jogos lineares.

O primeiro jogo deste modelo é datado como o Jogo “Ultima I: The first Age of Darkness”, em 1981, Onde o jogador tem a escolha de andar por onde queira, um grande avanço para os jogos daquela época.

Porém foi em 2000 que o jogo “Grand Theft Auto 3”, saiu de seu mundo aberto com visão de cima, e passou a ter uma visão completamente 3D, com cidades, inteligências artificiais, e liberdade de câmera tanto horizontal quanto vertical, instigava os jogadores a aproveitar aquele mundo e explora-lo, mas sempre o lembrando de suas missões e afazeres com marcadores de interesse pelo mapa.

Fonte: Google Imagens, Jogo: Grand Theft Auto 3

Atualmente estou jogando o jogo “Assassin’s Creed: Origins”, um jogo que se passa no antigo Egito, tomado pelos Romanos unificados em uma só cultura, isso é de um peso cultural e visual tão grande, que o jogo não poderia ser menos do que um mundo aberto para ter imersão e essa exploração, porem o que me chamou atenção no jogo, foi a Ubisoft (empresa que criou o jogo), ter colocado no jogo o modo: “Discovery Mode Tour”, que torna o jogo um Museu Interativo Digital, você percorre os pontos mais importantes históricamente, como por exemplo, a cidade de Alexandria, você chega a um ponto X marcado no mapa, e então começa seu “Tour”, andando pelo lugar escolhido um narrador começara a falar a história do lugar enquanto você aprecia o visual do lugar escolhido.

Com isso podemos dizer que os jogos nos tempos atuais, deste modo não são mais apenas presos a sua jogabilidade, mas sim a um visual que te prenda e te faça desligar do resto, além de lhe trazer uma carga de mensagens agradável, estes são os chamados jogos Contemplativos.

Segundo a Aluna Thainara Meneguelli: “A essência dos jogos contemplativos não está em ganhar ou perder, mas sim, naquilo que o jogador vivenciou ao longo do gameplay. A vitória está em criar experiências que deem abertura para a reflexão, seja pela riqueza da narrativa, ou pelos exuberantes recursos visuais. É característico também deste gênero o uso de mecânicas criativas.”

Um dos jogos que Meneguelli cita, e realmente ficou marcado em minha vida, é o jogo “Shadow Of the Colossus, onde você não tem interação nenhuma com outros humanos (NPCs) no jogo, seu único objetivo é: “Matar 16 Colossus para reviver sua amada”, e nada mais, o que fica no jogo são o visual estonteante de cada região de cada Colossus com suas singularidades, e a grande liçãod e moral do final, que se você não sabe e nem jogou recomendo até o ultimo, como “Jogos para zerar antes de morrer”.

Fonte: Google Imagens, Jogo: “Shadow of the Colossus”

Como conclusão, trago essa preocupação dos jogos atuais com o visual para imersão e vislumbre do jogador, para que a experiencia do jogar não seja apenas Jogar, e sim que lhe marque de alguma forma, como os jogos contemplativos trazem e a “Liberdade” de deixar-nos “seguir nossos caminhos” da “maneira queremos”.

Fazendo essa provocação sobre “Liberdade”, recomendo a leitura do TCC: “Jogos de Mundo Aberto: Narrativa como processo interventor na Filosofia da caixa Preta”, escrito por Gustavo Teixeira dos Santos, 2017.

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