Hackers anônimos
Utilizar suas melhores habilidades para combater o mal não é algo novo nem na ficção, nem na vida real. Na verdade, isto é tão comum que nos fez criar super heróis: Pessoas com poderes extraordinários que utilizam suas forças para proteger a cidade e sua população. Mas atualmente, há uma nova fórmula para histórias de super heróis, baseada em pessoas comuns e até mesmo, acontecimentos do mundo real. Eles são os hackers do bem: Homens e mulheres dispostos a utilizar seu conhecimento pelo bem maior da sociedade.
Hackers são pessoas que conseguem identificar falhas nas linhas de código de softwares, de maneira geral, acredita-se que os hackers agem sempre para o mal. Isto é um grande estigma que a cultura popular acabou criando em torno da figura, quando na verdade, é o cracker que aproveita as brechas em um programa para invadir a privacidade alheia, e se utiliza de malwares e spywares para chegar onde quiser.
O que Mr. Robot e Black Mirror têm em comum é a maneira de apresentar este grupo de pessoas que querem mudar o mundo. O primeiro sendo fortemente inspirado no grupo Anonymous, que utiliza um canal no YouTube para se comunicar através de uma figura mascarada, utilizando distorções em sua voz, para manter o anonimato, em Mr. Robot, o grupo fsociety também se utiliza desta artimanha para se comunicar e ao mesmo tempo, continuar na segurança do anonimato, porém, seus vídeos possuem um caráter muito mais agressivo do que informativo, afinal, no seriado, eles estão fazendo uma grande mudança acontecer.
É difícil identificar quais são as reais intenções do grupo Anonymous. Seus membros fizeram uma positiva diferença durante a primavera árabe e tentam sempre conspirar contra grandes autoridades, mas o grupo também possui um vasto histórico de cyberbulling e desrespeito na internet. Seu lema é “We are doing it for the lulz”, em português pode ser traduzido de maneira informal para “Estamos fazendo pelo hue”, por ser uma organização sem hierarquia e com muitos membros, ela possui ações muito diferentes entre si.
Em Black Mirror, no episódio Shut Up and Dance, a estratégia utilizada pelos crackers são as mensagens: através da invasão de privacidade, um criminoso é identificado, e acaba entrando em uma espécie de jogo, no qual mensagens com instruções são enviadas ao seu celular, e ele é obrigado a executar uma série de tarefas que vão desde uma simples entrega até assalto e homicídio, caso a pessoa não cumpra suas tarefas, ela sofrerá consequências que afetarão muito a sua vida pessoal, ao executar a tarefa final, as coordenadas do jogador são enviadas à polícia, que decidirá o que fazer. Este sistema é semelhante ao jogo da baleia azul, que ainda está sendo estudado como a causa do suicídio de muitos adolescentes no mundo inteiro.
Apesar da escassez de informação à respeito, sabe-se que o jogo da baleia azul dura 50 dias e acontece em grupos de redes sociais, atingindo principalmente jovens adolescentes. Para cada dia, o jogador receberá uma tarefa através de mensagens e caso ele não as cumpra, sua família ou amigos supostamente sofrerão. A última tarefa que o jogador recebe é a de tirar sua própria vida. A morte de muitos adolescentes está sendo investigada por aparentar ligações com este “jogo”.
O anonimato é um dos maiores poderes de nossa sociedade atual tanto no mundo real, quanto nos exemplos de ficção, e é graças a este formato de se unir a um grupo sem se identificar, que muitas vezes temos a coragem de agir a favor do bem, ou do mal.